Economia

Autoridades canadenses decidem aliviar medidas comerciais aplicadas contra itens norte-americanos

O governo do Canadá anunciou a suspensão parcial das tarifas retaliatórias que vinham sendo aplicadas a uma série de produtos originários dos Estados Unidos. A medida, divulgada por autoridades do setor de comércio exterior, representa um gesto de distensão nas relações bilaterais e pode abrir caminho para novas negociações comerciais entre os dois países da América do Norte.

As tarifas haviam sido impostas em resposta a medidas anteriores adotadas por Washington em setores sensíveis, como aço e alumínio. O Canadá, ao aplicar as retaliações, buscava proteger sua indústria nacional dos impactos gerados pelas barreiras comerciais unilaterais aplicadas pelos Estados Unidos, principalmente durante ciclos anteriores de tensão comercial.

Segundo o comunicado oficial do governo canadense, a suspensão agora ocorre de forma “estratégica e limitada”, atingindo apenas uma parte dos produtos que anteriormente estavam sob sobretaxa. A decisão teria sido tomada após uma reavaliação do impacto das tarifas sobre consumidores e empresas canadenses, além de considerações sobre o momento econômico atual e as perspectivas de melhora nas relações com a administração de Washington.

Entre os itens que deixam de ser sobretaxados estão alguns produtos industrializados, alimentos processados e maquinário. As tarifas, segundo o governo canadense, poderão voltar a ser aplicadas caso os Estados Unidos retomem medidas protecionistas em setores considerados estratégicos para a economia canadense. “Seguiremos atentos e preparados para responder, caso necessário, mas preferimos o caminho da cooperação e do diálogo”, afirmou uma fonte do alto escalão do Ministério de Comércio Internacional.

A decisão tem sido vista por analistas como uma tentativa de reequilibrar o clima comercial entre os dois países, que mantêm uma das mais complexas e interdependentes relações econômicas do mundo. Canadá e Estados Unidos são grandes parceiros no comércio de bens e serviços, além de compartilharem cadeias de produção integradas em setores como o automotivo, a agricultura e a tecnologia.

Especialistas em comércio internacional avaliam que o gesto do Canadá pode facilitar negociações futuras em fóruns multilaterais, como o USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá), tratado que substituiu o antigo NAFTA e regula grande parte do comércio entre os países da América do Norte. A suspensão parcial de tarifas seria um passo em direção à redução de atritos dentro do acordo, promovendo maior previsibilidade para empresas de ambos os lados da fronteira.

Por outro lado, setores industriais canadenses que se beneficiavam diretamente das medidas de proteção demonstraram preocupação com a suspensão, temendo aumento da concorrência de produtos americanos e possíveis prejuízos à produção interna. Sindicatos e associações empresariais de segmentos específicos já se manifestaram pedindo garantias de que o governo manterá mecanismos de defesa comercial em caso de necessidade.

O governo canadense, por sua vez, argumenta que a decisão foi tomada com base em análises detalhadas de custo-benefício e que os setores mais vulneráveis seguirão sendo monitorados. Além disso, reforça que a medida não representa uma renúncia definitiva ao direito de retaliar, mas sim uma tentativa de contribuir para um ambiente comercial mais estável e previsível.

Com o gesto, o Canadá também envia um sinal político importante, ao indicar que prefere soluções negociadas às disputas tarifárias — especialmente num momento em que o cenário global enfrenta incertezas econômicas e tensões geopolíticas crescentes. A expectativa agora recai sobre a reação dos Estados Unidos e sobre a possibilidade de avanços concretos nas tratativas para eliminar as barreiras comerciais restantes.

Enquanto os detalhes técnicos da suspensão são implementados, empresas exportadoras e importadoras dos dois países já se mobilizam para revisar contratos e recalcular custos logísticos e tributários. O impacto da medida no comércio bilateral deverá ser percebido nas próximas semanas, conforme os produtos afetados voltarem a circular com menos encargos entre as fronteiras canadense e americana.

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