Analista destaca: “Caso Felca prova o poder das redes em pautar a agenda”
A repercussão do vídeo do influenciador Felca, no qual ele denuncia a adultização infantil nas redes sociais, tornou-se um exemplo contundente de como plataformas digitais conseguem influenciar a agenda pública e impulsionar mudanças legislativas em tempo recorde.
Redes sociais como palco de mobilização política
O vídeo viralizou rapidamente, alcançando dezenas de milhões de visualizações e mobilizando internautas, jornalistas, artistas e parlamentares. Henrique Curi, analista e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política, ressaltou que a velocidade e o volume de engajamento nas redes permitiram que o tema saltasse do ambiente digital direto para o Congresso, evidenciando o que chama de “novo poder de agenda”.
Da internet para o parlamento
A pressão online teve impacto direto: o presidente da Câmara dos Deputados se comprometeu a pautar um projeto sobre a “adultização infantil”. Esse movimento mostra como os influenciadores podem agir como verdadeiros cidadãos-stakeholders — pessoas que, munidas de alcance, conseguem agir como elo entre a sociedade e a esfera política.
Retórica ampla, apoio transversal
O caso uniu setores diversos, de esquerda a direita, em torno da necessidade de proteção infantil nas redes. Isso reforça que algumas pautas, quando trazidas à tona pela sociedade civil com força e urgência, conseguem transcender diferenças partidárias e avançar em fóruns decisórios.
Regulamentação no radar
A polêmica reacendeu o debate sobre a responsabilização das plataformas digitais. O episódio expôs limitações do modelo atual das redes, que prioriza engajamento acima da segurança infantil, apontando para a urgência de leis que obriguem as plataformas a moderar conteúdo nocivo ativamente.