Azul deve focar em aviões maiores para viabilizar aporte financeiro de United e American
A Azul está em processo de reestruturação financeira nos EUA, referente ao pedido de recuperação judicial (Chapter 11). Como parte do acordo de recuperação, as companhias aéreas American Airlines e United Airlines estão dispostas a investir juntos até US$ 300 milhões na Azul. No entanto, esse aporte pode estar condicionado a uma mudança no perfil da frota da empresa.
Por que aviões maiores?
- A frota da Azul é bastante diversificada, com aeronaves de diferentes portes e até de quatro fabricantes — Airbus (A320, A330), Embraer (E195), turboélices ATR e aviões menores tipo Gran Caravan.
- Essa heterogeneidade, embora permita atender mais destinos, torna a operação mais complexa e onerosa.
- Aviões maiores reduzem o custo por assento, exigem menos tripulação proporcional ao número de passageiros e são mais eficientes nas rotas de maior demanda.
- Por isso, as aéreas dos EUA veem com bons olhos uma frota mais enxuta e padronizada, com maior participação dos modelos maiores.
O que mudaria com o aporte?
- A Azul poderia reduzir o número de destinos atendidos — especialmente aqueles servidos por aeronaves menores — concentrando-se em rotas com maior demanda e aeronaves mais econômicas por passageiro.
- Embora a Azul tenha dito que o aporte não estaria formalmente vinculado a essa mudança, o mercado entende que as empresas americanas valorizam fortemente essa estratégia operacional.
Contexto da reestruturação
- A Azul entrou com pedido de recuperação judicial (Chapter 11) nos EUA para reduzir sua dívida em mais de US$ 2 bilhões, otimizar a frota e reorganizar contratos de leasing.
- A empresa já captou US$ 1,6 bilhão através de financiamento DIP e espera obter até US$ 950 milhões em equity na conclusão do processo — parte desses recursos viria da United e da American.
- O plano ainda prevê uma redução de até 35% da frota futura e o desligamento de aeronaves mais antigas, procurando modernizar e simplificar a operação.
Impactos esperados
- Com a mudança, a Azul busca maior eficiência operacional e menor exposição financeira.
- A reorganização também visa melhorar a resiliência da empresa diante de crises, fortalecendo sua posição no mercado brasileiro de aviação.
- Para o passageiro, a empresa garante que a experiência segue normalmente durante o processo de reestruturação.