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Estados Unidos ainda não encontraram a “canção do verão” de 2025

Apesar da expectativa anual por um hit unificador que marque o verão nos Estados Unidos, 2025 segue sem uma música que conquiste franquias de disco, rádios e TikTok simultaneamente.

Até o momento, apenas “Ordinary”, de Alex Warren, é a única faixa lançada em 2025 que entrou no top 10 do Billboard Hot 100. O restante das músicas no topo das paradas é legado de lançamentos de 2023 e 2024, como “Luther” (Kendrick Lamar & SZA), “A Bar Song (Tipsy)” (Shaboozey), “Lose Control” (Teddy Swims) e “Die With a Smile” (Lady Gaga & Bruno Mars).

Especialistas apontam que a indústria musical vive uma fase de fragmentação. Com o streaming dominando o consumo, playlists personalizadas e cultura de nicho tomaram o espaço do pop unificado e compartilhado, antes cultivado por rádio e TV física. Assim, há menos consenso em torno de um único hit dominante.

Além disso, a temporada de 2025 sofreu com o chamado “hangover” de 2024: os grandes sucessos do ano anterior ainda mantêm sua força, o que dificultou a ascensão de novos singles à posição de hinos sazonais. Mesmo artistas conhecidos, como Sabrina Carpenter ou Morgan Wallen, não conseguiram emplacar uma música que sustentasse esse papel — apesar do sucesso de faixas como “Manchild” e “What I Want”.

Curiosamente, os poucos lançamentos de 2025 com potencial puderam surgir fora do mainstream tradicional. Faixas como “Good Times & Tan Lines”, de Zach Top, “Gnarly”, de Katseye, e “Wet, Hot American Dream”, de Ava Max, ganharam atenção em nichos como country, hyperpop e trilhas ou performances sazonais — mas não chegaram a romper como possíveis hits nacionais.

Enquanto isso, a cultura K‑pop tem assumido protagonismo global com a trilha sonora do filme musical animado KPop Demon Hunters, que dominou paradas em mais de 90 países e redefiniu como música visual e narrativa podem se tornar virais independentemente das mecânicas tradicionais de sucesso nos EUA.

Em resumo: o cenário musical dos Estados Unidos em 2025 reflete uma era sem música unificadora para o verão. A experiência sonora é hoje mais fragmentada, moldada por playlists pessoais, cultura digital e públicos nichados. A ausência de uma canção consensual não representa uma falha comercial, mas uma mudança estrutural no consumo musical.

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