Corinthians: Tuma revela arrependimento após apoiar Augusto Melo nas eleições
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, fez uma rara declaração pública admitindo arrependimento por ter apoiado Augusto Melo na eleição de 2023. Ele esclareceu que, embora tenha sido aliado no início — inclusive integrando a mesma chapa —, jamais poderia deixar de cumprir o estatuto do clube ao conduzir o processo de impeachment que culminou no afastamento do então presidente.
Em entrevista, Tuma frisou que não tomou a decisão de aprovar o impeachment como um movimento pessoal, mas sim como consequência de denúncias administrativas e da necessidade de seguir rigorosamente as regras internas. Segundo ele, “sempre fomos parceiros na eleição, mas quando recebi o pedido de impedimento não podia agir diferente do que exige o Estatuto”. Ele ressaltou que sua missão sempre foi defender o cumprimento do estatuto do Corinthians, independentemente de afinidades políticas.
O dirigente ainda ressaltou que enfrentou críticas tanto dos que o acusaram de proteger Melo quanto daqueles que o acusaram de acelerar o processo injustamente. Para ele, essa sinalização dupla reforça que sua atuação foi correta: “O fato de tanto a oposição quanto os aliancistas criticarem mostra que eu estava fazendo meu papel”, afirmou.
Tuma explicou que sempre apoiou a investigação de contratos e práticas suspeitas de gestões anteriores, inclusive da administração anterior ao comando de Melo, citando a necessidade de apresentação dos relatórios da consultoria Ernst & Young como parte de um esforço maior por transparência. Ele afirmou que cumprir o Estatuto, mesmo sendo alvo de movimentos de apoio conjunto declarado a Melo, foi sua responsabilidade institucional — mesmo que isso significasse romper com aliados.
Essa posição deixou claro que o regresso institucional e a defesa do estatuto passaram a ter prioridade sobre vínculos políticos, e que, apesar de ter colaborado inicialmente na campanha de Melo, o cenário interno do clube o impôs a responsabilidade de conduzir uma transição imposta pela necessidade de ética e governança no Corinthians.