Corinthians: Tuma propõe fim do cartão corporativo após escândalo interno
O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, defendeu publicamente a extinção do cartão corporativo do clube em meio a uma crise envolvendo gastos considerados indevidos por ex-dirigentes. Segundo ele, o instrumento contribuiu para uma ruptura de confiança e precisa ser reavaliado de forma definitiva. Ele revelou ainda que parte dos documentos financeiros foram removidos, o que resultou em registro de boletim de ocorrência.
Tuma destacou que as apurações sobre os gastos dos ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves serão conduzidas conforme o estatuto do clube. Ele confirmou que as irregularidades passaram por consumo pessoal com despesas em restaurantes de luxo, remédios e outros itens que não se justificariam como despesas institucionais. Algumas faturas foram inclusive divulgadas publicamente, o que agravou a repercussão do caso.
A crise decorrente dessas revelações ampliou a instabilidade interna no Corinthians, incluindo um processo de afastamento de Augusto Melo, presidente do clube, que entrou em disputa com Tuma. A Comissão de Ética votou por afastar preventivamente Tuma como reação a acusações de parcialidade e decisões unilaterais, apesar de ele defender que todo o caso segue dentro das regras estatutárias.
Para restaurar a credibilidade junto aos sócios e torcedores, Tuma sugeriu que a extinção do cartão corporativo seja acompanhada de maior transparência financeira. Ele afirmou que todos os documentos dos últimos sete anos devem ser preservados e analisados, e que a proposta de eliminar o cartão representa um passo fundamental rumo à estabilidade institucional do clube.
A declaração reforça o contexto de intensa pressão política interna e o cenário de crise que envolve o clube: a ausência de controle sobre gastos, o uso indevido de verbas e a remoção de registros contábeis. Tuma se posiciona, assim, como defensor de uma gestão mais ética e aberta.