Comércio americano com Rússia é quase inexistente, e relação com Índia permanece limitada, segundo presidente dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país mantém uma relação comercial muito pequena com a Índia e praticamente nenhuma com a Rússia. A declaração ocorreu durante uma conversa pública sobre política econômica internacional, em que o presidente abordou o estado atual das trocas comerciais entre os Estados Unidos e algumas das principais nações globais.
Segundo Trump, os laços comerciais entre os Estados Unidos e a Índia ainda estão aquém do potencial que ambas as economias possuem. Mesmo sendo duas das maiores democracias do mundo, com populações numerosas e economias em expansão, os intercâmbios comerciais seguem limitados por questões tarifárias, disputas regulatórias e diferenças nos modelos de desenvolvimento industrial.
Trump destacou que, embora os Estados Unidos sejam tradicionalmente um dos principais parceiros comerciais do planeta, a relação com a Índia tem enfrentado obstáculos que impedem avanços mais consistentes. O presidente citou as altas tarifas aplicadas por Nova Délhi a produtos americanos como um dos fatores que desincentivam o crescimento do comércio bilateral. Ele também apontou que, apesar dos esforços em anos anteriores para estreitar os laços, ainda há pouca reciprocidade no acesso aos mercados.
O panorama é ainda mais restrito no que se refere à Rússia. De acordo com Trump, os Estados Unidos praticamente não realizam negócios com o governo russo, resultado direto de uma série de fatores geopolíticos, econômicos e diplomáticos. A relação entre os dois países encontra-se marcada por décadas de tensões e, nos últimos anos, por sanções aplicadas em resposta a ações da Rússia em contextos militares e políticos.
As sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ao governo russo, especialmente após o agravamento do conflito na Ucrânia e a intensificação das ações russas em territórios disputados, levaram à paralisação quase completa das trocas comerciais diretas. As restrições incluem setores estratégicos como energia, finanças, armamentos e tecnologia. Como consequência, empresas americanas praticamente não operam com parceiros russos, e o intercâmbio entre os dois países caiu a níveis mínimos históricos.
O presidente Trump ressaltou que essa ausência de negócios com a Rússia é intencional e faz parte de uma estratégia de contenção e de pressão econômica. Ele destacou que a posição americana está alinhada com aliados ocidentais e segue uma diretriz clara de desincentivo à cooperação econômica com países que violam acordos internacionais ou agem de forma agressiva em regiões sensíveis.
Ao mencionar a Índia e a Rússia, Trump também sinalizou a necessidade de os Estados Unidos repensarem sua política comercial externa, buscando parcerias mais vantajosas e equilibradas. Ele defendeu uma abordagem baseada no que chamou de “reciprocidade econômica real”, em que os Estados Unidos não apenas exportem seus produtos, mas também recebam tratamento justo em mercados estrangeiros.
A declaração do presidente tem eco dentro de setores da indústria americana que há anos reclamam da dificuldade de competir em condições justas com países que mantêm políticas protecionistas ou barreiras comerciais. Organizações empresariais e sindicatos frequentemente pedem ao governo federal uma atuação mais firme em defesa da produção nacional e da geração de empregos internos.
No entanto, analistas destacam que a relação comercial com a Índia possui um grande potencial de crescimento, desde que ambos os países consigam superar os entraves existentes. O setor de tecnologia, por exemplo, tem sido um dos pontos de contato mais dinâmicos entre os dois mercados. Além disso, a Índia é vista como um parceiro estratégico na Ásia, especialmente em um contexto de tensões com a China.
Já no caso da Rússia, especialistas consideram improvável qualquer reaproximação comercial no curto prazo, dado o cenário de confrontação diplomática. A tendência é que os Estados Unidos mantenham sua postura firme, mesmo que isso implique a perda de oportunidades comerciais em áreas onde a Rússia ainda exerce influência.
O discurso do presidente Trump também serve para reforçar sua linha de política externa baseada em interesses nacionais diretos e em uma postura dura diante de rivais e de parceiros que, em sua visão, não oferecem vantagens claras aos Estados Unidos. A ênfase na proteção da economia americana tem sido uma constante desde sua campanha e, agora, em seu segundo mandato, continua sendo um dos eixos centrais de sua atuação.
O comércio exterior, para o presidente, deve ser um instrumento de fortalecimento interno, e não apenas uma ferramenta de relações diplomáticas. Assim, ao enfatizar a limitação de negócios com a Índia e a quase inexistência de trocas com a Rússia, Trump sinaliza que a prioridade de sua administração é garantir acordos comerciais sólidos, seguros e vantajosos para a economia americana — mesmo que isso implique cortar ou reduzir relações com nações importantes no cenário global.