Economia

Com críticas à robustez do pacto, Simone Tebet levanta dúvidas sobre a viabilidade do acordo firmado entre União Europeia e Estados Unidos

Durante declarações recentes, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, adotou um tom crítico ao se referir ao acordo celebrado entre a União Europeia e os Estados Unidos. Ela classificou o pacto como “fraco” e expôs reservas quanto à sua aplicabilidade prática. A fala de Tebet ocorreu no contexto de debates sobre comércio internacional, sustentabilidade e o papel do Brasil no cenário geopolítico e econômico global.

O comentário da ministra não surgiu isoladamente, mas dentro de um ambiente crescente de ceticismo entre países emergentes sobre os termos e a eficácia de acordos firmados entre grandes blocos econômicos do hemisfério norte. Ao levantar questionamentos sobre a solidez do entendimento entre europeus e norte-americanos, Tebet expressou preocupação sobre a real capacidade do pacto de promover mudanças estruturais ou gerar efeitos concretos no comércio internacional e nas cadeias produtivas globais.

Para ela, o caráter “fraco” do acordo reside tanto na falta de instrumentos vinculantes quanto na ausência de mecanismos robustos de monitoramento e cumprimento de metas. A avaliação indica que, na visão do governo brasileiro, iniciativas como essa podem acabar sendo mais simbólicas do que efetivas, especialmente se não houver compromissos claros e obrigações mútiplas bem definidas entre as partes envolvidas.

A ministra também destacou a necessidade de que acordos internacionais levem em consideração as especificidades de países em desenvolvimento e não imponham restrições desproporcionais que possam comprometer o crescimento de suas economias. Nesse sentido, Tebet defende que o Brasil e outras nações do Sul Global precisam ter voz ativa na construção de novos marcos multilaterais, especialmente em temas como comércio sustentável, transição energética e financiamento verde.

O questionamento quanto à viabilidade do acordo entre União Europeia e Estados Unidos também está relacionado à atual conjuntura política e econômica internacional. A crescente polarização em países centrais, as disputas por hegemonia tecnológica e as incertezas em torno da governança ambiental global são fatores que, segundo especialistas, podem dificultar a implementação efetiva de pactos bilaterais ou multilaterais que não contem com amplo apoio social e institucional.

Tebet ainda alertou para o risco de acordos desse tipo servirem apenas como instrumentos diplomáticos de curto prazo, sem gerar resultados palpáveis para os países mais afetados pelas mudanças climáticas e pelas pressões econômicas globais. Em sua visão, é fundamental que qualquer novo pacto internacional seja construído com base em compromissos reais e adaptados às realidades regionais, especialmente no que se refere à inclusão social, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.

A postura crítica de Simone Tebet também dialoga com a visão de outros integrantes do governo federal que têm buscado fortalecer a posição do Brasil como mediador entre diferentes blocos econômicos e protagonista em fóruns globais. A ministra defende uma postura pragmática e soberana do país diante de acordos externos, sem abrir mão de interesses estratégicos nacionais.

O episódio reforça o papel cada vez mais assertivo do Brasil nos debates internacionais, em um momento em que o país busca equilibrar compromissos ambientais com desenvolvimento econômico e redução das desigualdades. Ao colocar em dúvida a eficácia de um acordo firmado entre dois dos principais atores globais, Tebet contribui para uma reflexão mais profunda sobre os rumos do comércio internacional, a fragmentação dos pactos multilaterais e a necessidade de maior equilíbrio entre as demandas dos países desenvolvidos e as necessidades do mundo em desenvolvimento.

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