Morre aos 40 anos o funkeiro Leandro Abusado após infecção devastadora causada por bactéria rara
O funkeiro Leandro Rogério, conhecido artisticamente como Leandro Abusado, faleceu aos 40 anos após complicações provocadas por uma infecção bacteriana rara e altamente agressiva chamada síndrome de Fournier. O artista estava internado desde março em um hospital na zona norte do Rio de Janeiro, onde enfrentava um quadro clínico grave, que piorou nas últimas semanas.
A infecção começou a se manifestar com inchaço, dores intensas e necrose na região íntima, sintomas que Leandro chegou a relatar em vídeo antes da internação. Ele descreveu o sofrimento físico e emocional causado pela doença e alertou sobre o avanço silencioso da infecção antes de buscar ajuda médica. Apesar do tratamento e do apoio recebido, seu estado de saúde se agravou e ele não resistiu, vindo a falecer no último domingo, 28 de julho.
Durante a internação, amigos e familiares organizaram uma campanha para arrecadar recursos destinados à compra de medicamentos, fraldas e demais itens hospitalares. A mobilização emocionou fãs e pessoas próximas, que acompanharam com apreensão o estado delicado do artista.
A síndrome de Fournier, doença que tirou a vida de Leandro, é uma forma rara e grave de fasceíte necrosante, infecção que destrói rapidamente os tecidos moles da região genital e perineal. Ela costuma surgir a partir de pequenos ferimentos, infecções urinárias ou cortes, e pode evoluir de forma acelerada quando não tratada imediatamente. Os principais sintomas incluem dor intensa, inchaço, odor forte, febre e aparecimento de manchas escuras ou necrosadas.
O tratamento para essa condição exige cirurgia de emergência para retirada dos tecidos necrosados, internação em unidade de terapia intensiva e uso de antibióticos potentes. Mesmo com cuidados intensivos, a taxa de mortalidade é alta, especialmente quando o diagnóstico ocorre em estágio avançado, como no caso do cantor.
Leandro Abusado ganhou destaque no cenário do funk carioca nos anos 2000. Ficou nacionalmente conhecido ao lado da cantora Maysa, com quem formava a dupla Leandro e As Abusadas. Juntos, alcançaram grande sucesso com a música “Aqui no Baile do Egito”, que voltou a fazer sucesso anos depois em plataformas digitais. O artista também teve participação marcante em bailes populares e foi um dos nomes influentes na cena do funk da época.
Com sua morte, o funk perde uma de suas figuras mais autênticas e carismáticas. Artistas e fãs prestaram homenagens nas redes sociais, relembrando sua importância para o gênero e o legado deixado por suas canções. A dor da perda também trouxe à tona discussões sobre os perigos de infecções silenciosas e a importância do diagnóstico precoce.
A despedida de Leandro Abusado deixa uma marca profunda não apenas na música, mas também como alerta para uma doença rara, perigosa e pouco conhecida pela população. Seu caso reforça a importância de buscar atendimento médico diante de qualquer sintoma fora do comum, por mais simples que pareça.