Economia

Fabricante busca reverter tarifas e recuperar vantagens no comércio com os EUA

A Embraer, uma das principais fabricantes de aeronaves do mundo e símbolo da engenharia brasileira, informou que está ativamente envolvida em esforços para restaurar a alíquota zero nas tarifas de importação dos Estados Unidos para determinados produtos. A medida, caso seja concretizada, poderá trazer impactos significativos não apenas para a própria companhia, mas para toda a cadeia aeroespacial brasileira e para o comércio bilateral entre os dois países.

A empresa explicou que sua mobilização visa reverter decisões anteriores do governo norte-americano que retiraram benefícios tarifários aplicados a bens importados do Brasil. A alíquota zero anteriormente em vigor facilitava a entrada de componentes e aeronaves em território americano, reduzindo custos operacionais e incentivando a competitividade da Embraer em um dos maiores mercados aeronáuticos do mundo.

Com o fim da isenção, os produtos da fabricante passaram a enfrentar tributações que aumentam os custos para companhias aéreas e compradores nos Estados Unidos. Esse novo cenário tarifário passou a ser visto como um entrave às vendas e um fator de desequilíbrio competitivo, especialmente diante da forte presença de concorrentes internacionais com acesso mais vantajoso ao mercado americano.

Diante disso, a Embraer intensificou sua atuação institucional, trabalhando junto a autoridades comerciais, entidades reguladoras e representantes políticos dos dois países para defender a retomada da alíquota zero. Segundo a companhia, o objetivo é assegurar condições mais equilibradas no comércio exterior e preservar sua participação estratégica em contratos comerciais e governamentais nos Estados Unidos.

O pleito da empresa está inserido em um contexto mais amplo de discussões sobre acordos comerciais, guerra tarifária e revisão de regimes de importação promovidos pelas grandes potências. Nos últimos anos, o governo dos Estados Unidos adotou uma postura mais rígida em relação às tarifas, com foco em proteção da indústria local e reavaliação de suas parcerias comerciais, o que afetou diversos países, inclusive o Brasil.

A Embraer argumenta que suas operações não competem diretamente com a indústria aeronáutica americana em vários segmentos e que sua presença nos EUA gera empregos, movimenta centros de manutenção e fomenta parcerias com fornecedores locais. Para a empresa, o retorno à alíquota zero seria uma medida de equilíbrio comercial, e não um privilégio unilateral.

Além disso, a fabricante brasileira ressalta seu compromisso com as normas internacionais de comércio, com a qualidade e a inovação tecnológica, apresentando-se como uma parceira confiável e relevante para o mercado norte-americano. Em diversas ocasiões, a Embraer tem demonstrado seu papel estratégico em fornecer aeronaves regionais eficientes, com tecnologias de ponta, e alinhadas às demandas ambientais e operacionais do setor aéreo global.

Representantes da indústria aeroespacial nacional também acompanharam a mobilização da Embraer e demonstraram apoio à retomada da política tarifária anterior. Para o setor, o Brasil precisa de um ambiente externo mais favorável para manter seu protagonismo tecnológico, ampliar exportações e reforçar sua posição em cadeias globais de valor.

Enquanto a negociação continua em esferas diplomáticas e comerciais, a Embraer mantém sua postura ativa e confiante de que os argumentos técnicos e econômicos serão suficientes para sensibilizar os tomadores de decisão nos Estados Unidos. O desfecho ainda é incerto, mas o movimento da empresa deixa claro seu empenho em manter a competitividade internacional e garantir espaço de destaque no concorrido mercado global da aviação.

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