Ministro aponta abandono em setor estratégico da Petrobras e destaca recuperação de área vital do refino
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, revelou que encontrou uma área considerada estratégica da Petrobras no setor de refino em estado de abandono. A denúncia foi feita durante uma visita técnica a unidades da companhia no estado do Rio de Janeiro. Segundo Silveira, a falta de investimentos e o enfraquecimento da estrutura logística e operacional ameaçaram seriamente a capacidade nacional de refino, especialmente na refinaria de Duque de Caxias (Reduc), uma das mais importantes do país.
Estrutura negligenciada
O ministro afirmou que, ao assumir a pasta, foi surpreendido pelas condições encontradas na Reduc. Ele classificou a situação como uma herança de decisões anteriores que enfraqueceram a Petrobras como operadora integrada. A área, que historicamente teve papel central na produção e distribuição de derivados de petróleo, estava sem planejamento consistente e com projetos de expansão paralisados ou descontinuados.
A Reduc é um dos principais complexos de refino da Petrobras e responde por uma fatia significativa do abastecimento de combustíveis no Brasil, especialmente na Região Sudeste. Seu estado de abandono, segundo o ministro, simboliza o desmonte do parque de refino nacional que estava em curso nos últimos anos.
Retomada com investimento e planejamento
O atual governo, por meio do novo plano estratégico da Petrobras, reverteu esse quadro ao aprovar investimentos superiores a R$ 30 bilhões para modernizar e reativar a capacidade de refino e integração petroquímica da estatal. Esses recursos serão aplicados, entre outros projetos, na recuperação de estruturas da Reduc, no desenvolvimento de unidades de processamento de combustíveis sustentáveis e na expansão da capacidade de produção.
Além da modernização física das instalações, a estratégia prevê aumentar a eficiência energética, reduzir perdas e ampliar a produção de derivados com maior valor agregado. A meta é transformar a área, antes desvalorizada, em um polo competitivo que atenda à demanda interna e reduza a dependência de importações.
Desenvolvimento de combustíveis sustentáveis
Outro destaque da retomada da área abandonada é a instalação de um complexo voltado para a produção de biocombustível para aviação, também conhecido como SAF (Sustainable Aviation Fuel). O projeto vai utilizar óleos vegetais e outras matérias-primas renováveis para produzir querosene de aviação com menor impacto ambiental, inserindo o Brasil nas cadeias globais da transição energética.
A planta de bioquerosene terá capacidade inicial para produzir dezenas de milhares de metros cúbicos do combustível por ano. Isso atende não apenas à política ambiental brasileira, mas também à crescente exigência internacional por soluções menos poluentes no transporte aéreo.
Soberania energética e geração de empregos
Alexandre Silveira ressaltou que a recuperação da infraestrutura de refino representa um avanço na soberania energética do país. Com maior capacidade instalada, o Brasil reduz a vulnerabilidade a oscilações internacionais de preços e melhora sua autonomia no abastecimento de derivados, como gasolina, diesel e querosene.
Além disso, o novo ciclo de investimentos na Reduc e em outras refinarias deve gerar milhares de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia local, principalmente na Baixada Fluminense. O plano também favorece o desenvolvimento de fornecedores nacionais de equipamentos e serviços especializados.
Conclusão
A denúncia feita pelo ministro Alexandre Silveira sobre o estado de abandono de uma área estratégica de refino da Petrobras serve como alerta para os riscos de desestruturação da cadeia de petróleo e gás no Brasil. A retomada dos investimentos, a modernização das instalações e a aposta em novas tecnologias de combustível marcam um reposicionamento da estatal em seu papel histórico de liderança no setor energético.
Com foco em segurança energética, desenvolvimento regional e sustentabilidade, o governo busca transformar um cenário de descaso em uma nova fase de crescimento e inovação para a Petrobras e para o Brasil.