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TCU investiga uso sigiloso de avião da FAB em traslado da ex-primeira‑dama do Peru

O Tribunal de Contas da União iniciou investigações sobre a operação em que a Força Aérea Brasileira (FAB) utilizou um avião militar para transportar Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru, até o Brasil, após concessão de asilo diplomático. A ação, considerada estratégica e humanitária pelo governo, despertou suspeitas entre parlamentares da oposição e motivou requerimentos para uma auditoria do TCU.

Apesar de o transporte ter sido autorizado pelo presidente Lula e justificado como necessário para garantir segurança e celeridade ao resgate no exterior, a FAB impôs sigilo de cinco anos aos custos operacionais da missão, sob o argumento de que se trata de dados estratégicos das Forças Armadas.

Dois pedidos de investigação foram protocolados no TCU: um a pedido do deputado Filipe Barros (PL‑PR), que questiona se houve desvio de finalidade e se existem precedentes de uso semelhante da aeronave para estrangeiros condenados; e outro do senador Flávio Bolsonaro (PL‑RJ), com foco em examinar legalidade, necessidade, economia e detalhamento dos gastos da operação.

A Comissão de Relações Exteriores da Câmara endossou o tom crítico, aprovando moção de repúdio e requerendo informações ao Itamaraty, além de convidar o chanceler Mauro Vieira a explicar os critérios diplomáticos que motivaram o asilo e o uso da FAB.

Para especialistas, o caso reforça um dilema estratégico: manter o resguardo da inteligência militar e garantir missões de cunho humanitário, sem deixar de prestar contas sobre o uso de recursos públicos, evitando desgaste político e questionamentos sobre transparência e favorecimento.

Com os processos já protocolados, o TCU ainda não informou prazos para análise, o que dá margem para pressão de correlação entre segurança diplomática, transparência institucional e prestação de contas orçamentárias.

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