Chelsea irritado com formato do Mundial vira ‘time do contra’ e pressiona a Fifa por mudanças
O Chelsea parece ter perdido a paciência com o atual formato do Mundial de Clubes. Após confirmar sua participação na próxima edição, marcada para acontecer nos Estados Unidos, o clube inglês deixou claro, nos bastidores, que está de “saco cheio” da competição e vem se posicionando de forma crítica, adotando uma postura de confronto aberto com a FIFA.
A insatisfação do time londrino não é isolada. Ela se soma a um movimento mais amplo de clubes europeus que enxergam o novo modelo do torneio como desgastante, mal planejado e potencialmente prejudicial ao desempenho das equipes em seus campeonatos nacionais. O Chelsea, no entanto, tem se destacado por verbalizar de maneira mais intensa esse descontentamento — seja por meio de dirigentes, de sua comissão técnica ou até mesmo em comunicados discretos à entidade máxima do futebol.
O principal alvo da crítica é o calendário. A versão ampliada do Mundial vai ocorrer durante a pré-temporada europeia, obrigando clubes como o Chelsea a reorganizarem toda sua preparação, comprometerem o descanso dos jogadores e enfrentarem uma maratona de jogos internacionais num momento que deveria ser dedicado ao planejamento e à recuperação física do elenco. O clube já teria, inclusive, questionado se seria possível rever sua participação — algo que esbarra em contratos e nas regras impostas pela FIFA.
Dirigentes do Chelsea têm se reunido com membros da Federação Internacional para tentar discutir soluções que minimizem o impacto do torneio. Uma das propostas ventiladas seria reduzir o número de jogos ou ao menos garantir uma logística mais amigável às equipes europeias. Mas, até agora, não houve recuo da FIFA quanto ao modelo.
Nos bastidores, fontes indicam que o Chelsea teme que o desgaste físico e mental de seus atletas afete o rendimento na Premier League e em torneios como a Champions League. Há também preocupações comerciais: a comissão técnica e o departamento de marketing temem que uma campanha ruim no Mundial prejudique a imagem global do clube num mercado tão estratégico quanto o norte-americano.
Além do Chelsea, outros clubes europeus — como Manchester City, Bayern de Munique e Real Madrid — também manifestaram reservas sobre a estrutura do novo Mundial. Mas é o time de Londres que vem adotando uma postura mais firme, o que tem causado incômodo na FIFA, que esperava promover a competição como um grande espetáculo de alcance global.
Enquanto a entidade tenta convencer os clubes dos benefícios comerciais e esportivos do novo torneio, o Chelsea segue como um espinho cravado no pé da organização. E, com a proximidade do evento, a tensão promete crescer ainda mais, deixando claro que o novo Mundial pode enfrentar resistência antes mesmo de a bola rolar.