Economia

Alta nos imóveis supera inflação no 1º semestre e aquece mercado

O preço médio dos imóveis residenciais no Brasil subiu 3,3% nos primeiros seis meses de 2025, superando a inflação acumulada no mesmo período, que ficou abaixo de 3%. O resultado mostra que o mercado imobiliário segue aquecido, mesmo em meio às incertezas econômicas e à alta dos juros nos financiamentos.

A valorização dos imóveis é puxada por uma combinação de fatores: demanda ainda firme em grandes centros urbanos, queda na oferta de lançamentos e o interesse de investidores que veem no setor um refúgio mais seguro diante da instabilidade de outros mercados. Além disso, mesmo com o crédito mais caro, muitas famílias seguem apostando na compra da casa própria, impulsionadas por programas habitacionais e pela possibilidade de usar o FGTS como entrada.

Entre as capitais, algumas se destacaram com aumentos acima da média nacional. Cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba apresentaram crescimento expressivo nos preços, refletindo tanto a escassez de terrenos quanto a valorização de determinadas regiões. Imóveis compactos, especialmente os de um e dois dormitórios, continuam entre os mais procurados, o que também influencia a elevação nos valores.

A alta dos preços também reflete a mudança no comportamento dos consumidores. A busca por apartamentos com áreas de lazer completas, espaços de home office e localizações bem servidas por infraestrutura tem aumentado, o que eleva o valor dos empreendimentos com esses diferenciais.

Por outro lado, o setor da construção civil enfrenta desafios com o aumento dos custos de materiais e da mão de obra, o que acaba sendo repassado ao consumidor final. Incorporadoras têm buscado equilibrar o orçamento com projetos mais enxutos ou voltados a nichos específicos.

Mesmo com o cenário de juros elevados, analistas avaliam que o mercado imobiliário deve continuar crescendo de forma moderada ao longo do segundo semestre, ainda que em ritmo menor. A expectativa é que o setor siga aquecido principalmente nas regiões metropolitanas e em cidades com crescimento populacional constante.

O crescimento acima da inflação no semestre reforça a percepção de que o imóvel continua sendo uma opção atrativa para quem busca segurança patrimonial ou valorização a longo prazo. Com o avanço de novas tecnologias no setor e uma maior digitalização dos processos de compra e venda, o mercado também deve se manter competitivo e cada vez mais acessível a diferentes perfis de compradores.

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