Taxa de juros do consignado privado cai para 3,75% após iniciativa do governo
Dois meses após o lançamento do programa federal Crédito do Trabalhador, a taxa média mensal de juros para o crédito consignado com recursos livres destinado a trabalhadores do setor privado apresentou recuo. De acordo com dados do Banco Central referentes a maio, divulgados nesta sexta-feira (27), a taxa caiu para 3,75%. Em abril, o índice era de 3,94%.
O programa, criado em março pelo governo, tem como objetivo tornar as condições de financiamento mais acessíveis para trabalhadores formais da iniciativa privada.
Diferença ainda é significativa em relação a aposentados e servidores
Apesar da redução, a taxa média aplicada aos trabalhadores com carteira assinada ainda permanece elevada se comparada às demais categorias. O crédito consignado para aposentados é oferecido com juros médios de 1,83%, enquanto os servidores públicos encontram taxas em torno de 1,87% ao mês.
Essa diferença reforça o desafio de ampliar o acesso ao crédito com condições mais equilibradas entre os diversos perfis de tomadores.
Uso do FGTS como garantia amplia acesso
Uma das inovações do programa é a possibilidade de utilização do saldo do FGTS como garantia na contratação do empréstimo. A medida busca oferecer maior segurança às instituições financeiras e, consequentemente, taxas mais competitivas para os trabalhadores.
Podem acessar essa modalidade de crédito trabalhadores com carteira assinada, incluindo rurais e empregados domésticos. Microempreendedores Individuais (MEIs) também estão entre os beneficiários permitidos pelo programa.
Regras para evitar endividamento excessivo
Como em outras modalidades de crédito consignado, o desconto das parcelas é feito diretamente da folha de pagamento do trabalhador. Para garantir que o comprometimento da renda não ultrapasse limites sustentáveis, o valor das prestações não pode exceder 35% do salário mensal do contratante.
Conclusão
A redução nas taxas de juros do crédito consignado para trabalhadores do setor privado aponta um primeiro efeito concreto do programa Crédito do Trabalhador. Ao permitir o uso do FGTS como garantia e incluir diversas categorias formais, a medida busca democratizar o acesso ao crédito e oferecer condições mais vantajosas. Apesar da melhora, o patamar ainda elevado em comparação a outras categorias sinaliza que há espaço para novos ajustes e avanços no equilíbrio das condições de financiamento entre os diferentes segmentos do mercado.