PF prende prefeito de Palmas em ação que apura esquema de venda de decisões judiciais
A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (27), o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira, como parte de uma nova etapa da Operação Sisamnes. A ação investiga um suposto esquema de venda de decisões judiciais que envolveria gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ordem de prisão foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Siqueira, também foram presos um advogado e um policial civil. As detenções ocorreram em Palmas (TO), onde a PF também cumpriu mandados de busca e apreensão e impôs medidas cautelares aos investigados, como proibição de deixar o país, afastamento de funções públicas e restrição de contato entre os envolvidos.
Esquema envolvia lavagem de dinheiro e proteção a aliados
Segundo a Polícia Federal, o grupo utilizava informações sensíveis para interferir em investigações, proteger aliados políticos e ampliar sua influência institucional. A investigação aponta a existência de um núcleo financeiro-empresarial voltado à lavagem de dinheiro, com origem em pagamentos ilícitos relacionados à obtenção de decisões judiciais favoráveis no STJ.
Entre os investigados estão advogados, lobistas, empresários, assessores e magistrados, suspeitos de integrar uma rede que responderia por crimes como organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.
Histórico de investigações contra o prefeito
Eduardo Siqueira já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão na fase anterior da mesma operação, realizada no mês passado. Na ocasião, a PF solicitou sua prisão e afastamento do cargo, pedidos que foram negados por Zanin. Agora, com o avanço das investigações, o STF autorizou a prisão preventiva.
As apurações indicam que o prefeito teria vazado informações sigilosas de inquéritos em andamento no STJ, o que teria comprometido a eficácia de diligências voltadas a agentes políticos e juízes do estado do Tocantins. Embora o inquérito mencione possíveis conexões com o STJ, não houve autorização para buscas nas dependências do tribunal.
Conclusão
A nova fase da Operação Sisamnes amplia o alcance das investigações sobre um suposto esquema de corrupção que atravessa esferas políticas e jurídicas de alto nível. A prisão do prefeito de Palmas representa um passo significativo no inquérito, que agora coloca em evidência o uso indevido de informações privilegiadas e a suspeita de interferência em decisões judiciais. Com novas medidas autorizadas pelo STF, o caso segue em apuração e pode trazer desdobramentos relevantes para o cenário político e institucional do Tocantins.