Ministro Wolney afirma estar à disposição para depor na CPMI do INSS
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, declarou nesta quarta-feira (25), em entrevista à CNN, que está disposto a participar da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Questionado sobre sua eventual ida à comissão, ele afirmou: “Será uma honra voltar à Câmara e ao Senado.”
Experiência anterior em audiências foi positiva, diz ministro
Queiroz destacou que já esteve presente em audiências públicas anteriores no Senado e na Câmara, onde chegou a permanecer por quase cinco horas prestando esclarecimentos. Segundo o ministro, essas participações foram bem recebidas e produtivas, e ele reforçou que continua disponível para comparecer novamente, se convidado pelos presidentes das comissões.
Transparência como princípio da atuação governamental
O ministro ressaltou a importância de o governo manter uma postura clara diante da CPMI, reforçando o compromisso com a transparência. Para ele, a comissão representa uma oportunidade de esclarecer os acontecimentos, identificar responsabilidades e apresentar à população as medidas adotadas pelo governo frente às irregularidades no INSS.
CPMI é instalada após articulações no Congresso
A CPMI foi oficialmente criada em 17 de junho, após a leitura do requerimento durante uma sessão do Congresso. Inicialmente, a expectativa da oposição era que o pedido fosse lido ainda em maio, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), optou por adiar a sessão para junho, dando tempo ao governo para se articular politicamente.
O requerimento contou com a assinatura de 36 senadores e 223 deputados. A iniciativa foi liderada por parlamentares como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e a deputada Coronel Fernanda. A oposição, que inicialmente buscava uma CPI exclusiva da Câmara, precisou mudar a estratégia após obstáculos internos e optou por um colegiado misto, envolvendo ambas as Casas.
Esquema de fraudes no INSS é alvo da investigação
A CPMI foi motivada por denúncias de fraudes envolvendo descontos indevidos nos pagamentos de aposentados e pensionistas. As irregularidades começaram em 2019 e foram reveladas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União por meio da Operação Sem Desconto, que já passou por cinco fases com prisões e apreensões.
O prejuízo estimado é de aproximadamente R$ 6 bilhões. O esquema envolvia entidades como associações e sindicatos, que aplicavam descontos mensais sem autorização dos beneficiários. Embora os primeiros indícios remontem ao governo anterior, os maiores valores descontados foram registrados em 2023, durante o atual governo.
Após a revelação do caso, o INSS informou ter recebido mais de 3,1 milhões de pedidos de revisão relacionados aos descontos irregulares.
Conclusão
A criação da CPMI do INSS reacende o debate sobre a transparência e o combate às fraudes dentro do sistema previdenciário brasileiro. A disposição do ministro Wolney Queiroz em colaborar com as investigações e prestar esclarecimentos no Congresso reforça a importância de dar respostas à população sobre os desvios bilionários identificados. A expectativa agora recai sobre o andamento das investigações e as possíveis medidas para prevenir novos casos.