Moraes dá 48 horas para Google revelar autor de publicação da “minuta do golpe”
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que o Google Brasil forneça, em até 48 horas, informações sobre quem publicou a chamada “minuta do golpe” na internet. A decisão judicial atende a um pedido da defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, envolvido nas investigações sobre supostos planos ilegais contra a ordem democrática.
O que está em jogo
A diligência faz parte de uma fase complementar do processo, na qual as defesas podem solicitar novas provas. A equipe de Anderson Torres busca comprovar que o documento encontrado na residência dele é idêntico ao que circulava online — e que, por isso, ele não é o autor nem o responsável pela divulgação.
Para isso, a defesa pede que o Google identifique o responsável pela publicação, permitindo em seguida uma perícia que compare versões do texto. Se for comprovada coincidência, o argumento é que Torres não teria sido o criador do arquivo.
Como se deu a determinação
O pedido de compartilhamento de dados partiu da defesa e foi acolhido por Moraes, que inclusive determinou prazo restrito de 48 horas para cumprimento. Na decisão, o ministro destaca que é necessária a diligência para aprofundar a investigação — parte da etapa preliminar que antecede o julgamento.
Outras medidas recentes
Além dessa solicitação ao Google, o ministro autorizou acareações entre Torres e o general Freire Gomes — para confrontar divergências nos depoimentos — e entre Mauro Cid e o general Braga Netto. Trata‑se de procedimentos típicos da apuração, indicados quando surgem versões conflitantes dos fatos.
O significado da medida
- Para a acusação: identificar se havia uma única fonte para a divulgação da suposta minuta é essencial para direcionar a investigação.
- Para a defesa: caso fique comprovada identidade entre o documento online e o apreendido, o argumento é que Torres apenas manteve algo já disponível, o que poderia enfraquecer acusações contra ele.
- Para Moraes: trata-se de reforçar a etapa investigativa com transparência e permitir que o caso seja conduzido com base em evidências robustas.
Agora, resta aguardar o posicionamento do Google e os próximos passos da perícia. A partir daí, será possível avaliar o impacto dessa diligência — seja no desfecho da ação penal, seja na linha de defesa de Anderson Torres.