Em um suposto áudio, Cid afirma ter se sentido abandonado e faz críticas a Valdemar
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), expressou em mensagens um sentimento de abandono por parte de aliados políticos e fez críticas diretas ao presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. Segundo Cid, Valdemar não teria defendido nem ele, nem outros aliados como Max e Cordeiro, gerando um ambiente de isolamento.
“Valdemar deu entrevista, falou do Max, do Cordeiro e de mim. Ah, que legal, né? O Valdemar não defende o Max, o Cordeiro e também não nos defende. Então assim, é complicado, é complicado você se sentir isolado”, afirmou o militar.
Lamentações sobre a Inércia dos que Podem Agir
Cid também lamentou que aqueles que poderiam ajudar a resolver sua situação estariam impedidos de agir. “Tenho amigos, tenho você, o Paulo, a gente pode desabafar e conversar, mas não tem força para fazer nada. Quem tem força para fazer alguma coisa está com as mãos amarradas”, disse ele.
Áudios Vazados e Investigações em Curso
As declarações do ex-ajudante de ordens foram divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (16). O conteúdo foi revelado após a revista Veja publicar capturas de tela das conversas mantidas entre o perfil @gabrielar702 no Instagram e um interlocutor não identificado.
Em resposta, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Meta forneça os dados do responsável pelo perfil ao tribunal.
Defesa Questiona Autenticidade das Mensagens
A defesa de Mauro Cid, que é delator na ação penal conhecida como “plano de golpe”, contestou a veracidade das mensagens publicadas pela revista e atribuídas ao militar.
Contatos Entre Cid e Advogado Durante Restrições
Além disso, o advogado Eduardo Kuntz, que atua na defesa do coronel Marcelo Câmara, relatou ter mantido conversas com Cid pelo Instagram entre janeiro e março de 2024, período em que as investigações da Polícia Federal ainda estavam em andamento e durante o qual Cid estaria proibido de utilizar redes sociais.
Para comprovar o contato, Kuntz anexou à ação penal documentos contendo prints dessas conversas.
Contradições Durante Interrogatório no STF
No interrogatório realizado na semana passada, Mauro Cid afirmou não ter usado redes sociais enquanto esteve sob medidas restritivas. Ao ser questionado sobre o uso de um perfil no Instagram que não estava em seu nome, ele negou e alegou que todos os seus celulares foram apreendidos.
Questionado ainda sobre o perfil @gabrielar702, Cid respondeu que não sabia se a conta pertencia a sua esposa.
Conclusão: Novos Desdobramentos no Caso de Investigação contra Ex-Ajudante de Bolsonaro
Os áudios e as mensagens divulgadas expõem tensões internas e questionamentos sobre o isolamento de Mauro Cid no cenário político. As contradições levantadas durante o interrogatório, bem como o debate sobre a autenticidade das conversas no Instagram, intensificam a investigação conduzida pelo STF no contexto da ação penal relacionada ao “plano de golpe”. A situação revela o avanço do processo judicial e a complexidade das relações entre os envolvidos.
