Controladora do GRU Airport firma acordo e obtém prazo extra para evitar recuperação judicial
A Invepar, empresa que controla o GRU Airport (Aeroporto Internacional de Guarulhos) e a Linha Amarela (Lamsa) no Rio de Janeiro, conseguiu ampliar o prazo de proteção judicial contra credores após firmar um novo acordo com seus financiadores. Com isso, a companhia ganha fôlego extra e adia, ao menos temporariamente, um possível pedido de recuperação judicial.
Suspensão temporária de dívidas é prorrogada
O novo acordo estabelece um “standstill” de 15 dias, prorrogáveis por mais 15, durante o qual os pagamentos das dívidas ficam suspensos. O montante total em renegociação gira em torno de R$ 1,5 bilhão. A prorrogação foi oficializada na Justiça na última segunda-feira (16), mesmo dia em que expirava a proteção anterior.
Assembleia adiada para ajustes
Uma assembleia de acionistas que estava marcada para discutir a possível recuperação judicial foi adiada pela segunda vez. Inicialmente agendada para a semana passada, a reunião foi transferida para segunda e, posteriormente, para terça-feira (17), às 13h. A nova data foi marcada após avanços nas tratativas entre a empresa e seus principais credores.
Entendimento com credores fortalece expectativa de saída negociada
A Invepar destacou em nota que o acordo reflete a disposição das partes de buscar uma solução consensual. O entendimento com os credores ainda depende de homologação judicial, mas a empresa acredita que, por já haver alinhamento, a aprovação será apenas uma formalidade.
Mubadala e fundos de pensão são os principais credores
Entre os credores envolvidos está o fundo soberano Mubadala Capital, que detém metade dos R$ 650 milhões em debêntures da Invepar. O fundo havia pedido o vencimento antecipado dos títulos após atrasos de dois meses em repasses, incluindo R$ 30 milhões em dividendos da Lamsa e recursos da venda de participação no VLT Carioca.
A outra metade das debêntures está nas mãos dos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef, acionistas da Invepar, que por essa razão legal não podem votar em decisões envolvendo os títulos em questão.
Acordo com a Prefeitura do Rio resolve impasse sobre a Lamsa
Em um passo importante para o reequilíbrio de sua operação, a Invepar também confirmou um acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, garantindo a vigência do contrato da Lamsa até 2037. O entendimento encerra uma longa disputa judicial entre a empresa e o município, com ambas as partes se comprometendo a encerrar os processos em curso.
Conclusão
Com a prorrogação do standstill e os avanços nas negociações com credores e autoridades públicas, a Invepar consegue evitar, por ora, o processo de recuperação judicial. A expectativa é que o novo prazo seja suficiente para a construção de uma saída estruturada, que permita à companhia reorganizar suas finanças e manter a continuidade das concessões sob sua gestão.