Infantino projeta novo Mundial como vitrine para não europeus: “É uma grande oportunidade”
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, voltou a defender com entusiasmo o novo formato do Mundial de Clubes, que estreia oficialmente em 2025, nos Estados Unidos. Em sua visão, o torneio ampliado — que contará com 32 clubes e se assemelha à estrutura da Copa do Mundo de seleções — será um divisor de águas para o futebol fora da Europa, servindo como uma vitrine global para clubes de outras regiões, como América do Sul, Ásia e África.
Em declaração feita durante a cerimônia de abertura do evento, Infantino afirmou que o objetivo do novo Mundial é “democratizar o protagonismo no futebol internacional”. Para ele, o domínio europeu nas competições intercontinentais precisa ser contrabalançado, e o novo torneio seria a plataforma ideal para isso. “Estamos dando aos clubes de todas as partes do mundo uma oportunidade real de mostrar seu valor, sua cultura, seus jogadores e seu estilo de futebol”, disse.
O torneio reunirá campeões continentais dos últimos anos, além de outros times classificados por desempenho em ligas e rankings. Representantes da Conmebol, AFC (Ásia), CAF (África), Concacaf (América do Norte e Central), OFC (Oceania) e UEFA compõem a competição, com distribuição proporcional de vagas. A América do Sul, por exemplo, contará com seis clubes.
Infantino foi além ao destacar que a visibilidade e os contratos de mídia do torneio terão papel decisivo para transformar o panorama financeiro de clubes que, historicamente, não têm acesso aos grandes palcos. “Essa é uma chance para os clubes latino-americanos, africanos e asiáticos alcançarem novos públicos, atrair patrocinadores, aumentar receitas e também desafiar o domínio europeu com mais igualdade”, pontuou.
Apesar do otimismo, o novo Mundial não está imune a críticas. Clubes europeus demonstraram preocupação com o calendário cada vez mais sobrecarregado. Algumas associações de jogadores alertaram para o risco de desgaste físico extremo com a inclusão de mais torneios no calendário já espremido. Ainda assim, a FIFA garante que o modelo foi desenhado com cuidado para preservar a integridade esportiva e que conversas com federações continuam em andamento.
Infantino, no entanto, vê o Mundial como parte de um projeto mais amplo para descentralizar o futebol global. Segundo ele, o futuro do esporte depende de maior equilíbrio competitivo, e o atual modelo — onde a maioria das receitas, títulos e holofotes está concentrada na Europa — é insustentável a longo prazo.
“O futebol é universal. E para continuar sendo o esporte mais amado do planeta, ele precisa ser verdadeiramente global, competitivo e acessível”, concluiu o presidente da FIFA.
Com essa proposta, a entidade aposta que o novo Mundial poderá servir não apenas como uma competição esportiva, mas como um símbolo de inclusão, representatividade e transformação no cenário do futebol mundial. A primeira edição será realizada em junho de 2025, e os preparativos já estão em andamento para fazer do torneio uma vitrine tanto técnica quanto política para os rumos do futebol no século 21.