Viagens aos EUA, conversas digitais e documento internacional: os pontos levantados pela PF em novo depoimento de Cid
A Polícia Federal aprofundou sua linha de investigação ao convocar novamente Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, para prestar esclarecimentos sobre três temas distintos que, embora à primeira vista possam parecer desconexos, se entrelaçam em meio às apurações em curso. O foco da oitiva mais recente foi dividido entre o uso de passaporte, uma viagem internacional envolvendo familiares de Cid aos Estados Unidos e um conjunto de mensagens que teriam relevância dentro das investigações.
Viagem aos Estados Unidos chama atenção dos investigadores
Entre os assuntos tratados, destaca-se a viagem da família de Mauro Cid aos Estados Unidos, realizada durante um período sensível das apurações da PF. A Polícia buscou entender os objetivos da viagem, o momento em que ela foi organizada e sua eventual conexão com os desdobramentos da investigação que envolve o ex-ajudante de ordens.
Embora não tenha sido divulgada a data exata do deslocamento, o fato de familiares de investigados se dirigirem ao exterior enquanto trâmites jurídicos seguem em andamento levanta questionamentos sobre possíveis estratégias de proteção patrimonial ou afastamento de eventuais envolvidos. A Polícia Federal teria buscado saber, também, se Mauro Cid participou da organização ou do custeio da viagem, além de entender quais pessoas se encontravam no grupo e qual seria a duração planejada da estadia.
Passaporte é tema de questionamento
Outro ponto abordado durante o depoimento diz respeito ao passaporte utilizado por Mauro Cid. A investigação pretende entender se houve qualquer irregularidade no uso do documento, se há indícios de tentativa de deixar o país em circunstâncias não autorizadas ou mesmo se o passaporte foi solicitado ou renovado em data incomum, o que poderia indicar um movimento prévio de preparação para deslocamentos estratégicos.
O uso de passaportes por pessoas investigadas costuma ser objeto de atenção especial por parte das autoridades, sobretudo em casos em que há suspeita de tentativa de obstrução de justiça ou fuga do país para evitar medidas judiciais. Nesse contexto, as perguntas da PF podem ter como objetivo mapear qualquer possibilidade de planejamento de saída do Brasil por parte de Mauro Cid ou de pessoas próximas a ele.
Mensagens trocadas ganham destaque nas investigações
A terceira frente explorada pela PF no depoimento diz respeito a mensagens trocadas entre Mauro Cid e outras figuras ainda não identificadas publicamente. As autoridades buscam compreender o conteúdo dessas conversas, a relevância dos interlocutores e se os temas discutidos indicam algum tipo de tentativa de interferência em processos legais, destruição de provas ou combinação de versões entre investigados.
Em investigações recentes, conversas registradas em aplicativos de mensagens tornaram-se peças centrais para desvendar articulações e movimentos políticos paralelos. Por isso, os investigadores estariam examinando com atenção especial esse material digital, que pode complementar outras provas já colhidas no inquérito.
Depoimento sob sigilo, mas com atenção redobrada
Até o momento, o conteúdo completo do depoimento permanece sob sigilo, mas fontes indicam que a Polícia Federal tem adotado uma postura cada vez mais meticulosa ao cruzar informações obtidas em diferentes etapas da investigação. A convocação de Mauro Cid para novas explicações demonstra que os investigadores continuam focados em esclarecer detalhes que possam conectar ações de bastidores, movimentações financeiras e articulações políticas.
O avanço das apurações depende agora da análise minuciosa de documentos, mensagens eletrônicas e registros de viagem. O caso segue em andamento, com atenção crescente por parte da opinião pública e das autoridades envolvidas.