Esporte

Um tremendo nó tático de Diniz para cima de Zubeldía no Morumbis

No reencontro entre Vasco e São Paulo, o técnico Fernando Diniz deu uma verdadeira aula de imposição tática diante de Luis Zubeldía. Jogando fora de casa, no Morumbis, o Vasco surpreendeu ao dominar o adversário e vencer com autoridade, num dos jogos mais marcantes da era Diniz à frente da equipe carioca.

Desde o início, o Vasco impôs uma pressão alta sufocante, anulando completamente a saída de bola do São Paulo. A escolha de Diniz por uma marcação adiantada, com encaixes individuais nos zagueiros e laterais do time paulista, foi precisa. Zubeldía, que normalmente arma suas equipes para atrair o adversário e sair jogando com paciência, viu seu time travado, sem alternativas e cometendo erros forçados.

O grande diferencial do Vasco esteve no meio-campo, onde Diniz escalou jogadores com intensidade e mobilidade, criando superioridade numérica tanto na marcação quanto na construção ofensiva. Sem deixar o São Paulo respirar, o Vasco ganhou quase todas as segundas bolas e conseguiu transformar essa vantagem territorial em jogadas perigosas. A equipe carioca foi vertical, veloz e extremamente eficiente nas transições — uma mudança tática que Diniz vem refinando para equilibrar posse e objetividade.

Zubeldía, por sua vez, não conseguiu ajustar a equipe. O São Paulo parecia desconectado, especialmente pelas laterais, onde o Vasco explorou com velocidade e inteligência. A insistência do treinador argentino em manter seu esquema sem adaptá-lo à pressão vascaína facilitou o trabalho de Diniz, que leu o jogo com clareza e respondeu com movimentações rápidas e trocas de posição entre seus atacantes, desestabilizando completamente o sistema defensivo tricolor.

Outro ponto alto do Vasco foi a atuação dos volantes, que dominaram o meio-campo e fecharam os espaços de criação do São Paulo. Nenhuma tentativa de infiltração funcionou, e os principais nomes do time paulista passaram a maior parte do tempo sem conseguir receber a bola em condições de jogo.

Diniz também mostrou flexibilidade: ao perceber que o São Paulo buscava o jogo pelo alto para quebrar a pressão, reforçou a compactação defensiva e encaixou a marcação nos pontas, impedindo as bolas esticadas de surtirem efeito. Tudo isso sem abrir mão de seu estilo propositivo.

No fim, a vitória do Vasco por 4 a 1 no Morumbis foi mais do que expressiva no placar: foi a comprovação de uma superioridade tática evidente. Enquanto Diniz foi ousado, estratégico e cirúrgico, Zubeldía ficou preso à sua própria fórmula e viu o São Paulo ser atropelado dentro de casa.

Foi um verdadeiro nó tático. Diniz leu o jogo como poucos, mostrou maturidade para adaptar seu modelo às exigências do adversário e provou que, com as peças certas e um plano bem executado, seu estilo pode ser não apenas bonito, mas também avassalador.

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