Advogados de Mauro Cid solicitam ao STF apuração de perfil falso: ‘Acusação absurda’
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid solicitou, na noite da última quinta-feira (12), que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a apuração da autoria de um perfil em rede social vinculado indevidamente ao militar. Segundo os advogados, o conteúdo divulgado com base nesse perfil fere medidas cautelares impostas a Cid no âmbito das investigações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado.
“Falsidade grotesca”, dizem os advogados
Os representantes legais do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro classificaram como uma “falsidade grotesca” as mensagens divulgadas pela revista Veja, que atribuiu a Cid o uso de um perfil identificado como “Gabriela R”. A reportagem sugere que ele teria mantido conversas em desacordo com suas declarações formais no processo de colaboração premiada, caracterizando uma possível duplicidade de versões.
A defesa alega que as mensagens publicadas são falsas, descontextualizadas e possivelmente montadas. Eles também afirmam que o conteúdo dos diálogos apresenta características linguísticas que não condizem com o modo de expressão do militar.
Erros de linguagem e incongruências formais
No pedido enviado ao ministro Alexandre de Moraes, os advogados apontam indícios de falsificação, como erros de português, uso impróprio de termos no contexto militar e referências incompatíveis com os depoimentos prestados oficialmente por Cid. Segundo a petição, a linguagem dos diálogos atribuídos ao perfil investigado é “grosseira, quase analfabeta”, o que, na avaliação da defesa, compromete a autenticidade do material.
Ainda segundo os advogados, o militar nunca utilizou os perfis “Gabriela R” ou “@Gabrielar702” e não há qualquer vínculo da conta com a esposa do colaborador, apesar da coincidência no nome.
Cid nega uso de redes sociais durante medidas restritivas
O episódio ganhou repercussão após o depoimento de Mauro Cid no STF na última segunda-feira (9). Durante o interrogatório, ao ser questionado pelo advogado Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, sobre a utilização de perfis em redes sociais, Cid negou qualquer acesso ou uso durante o período em que esteve sob medidas restritivas. Ele reforçou que todos os seus celulares foram apreendidos.
Ao ser perguntado especificamente se conhecia o perfil @gabrielar702, Cid declarou que não sabia se o perfil pertencia à sua esposa.
Defesa reforça cumprimento do acordo de colaboração
Na petição apresentada, os advogados reiteram que Mauro Cid tem cumprido rigorosamente os termos da delação premiada, respeitando tanto o sigilo quanto as obrigações legais impostas. Também afirmam que ele está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais.
Conclusão
A defesa de Mauro Cid busca afastar as suspeitas levantadas por mensagens atribuídas a perfis que, segundo os advogados, são falsos. Ao recorrer ao STF, os representantes do militar pedem que seja instaurada uma investigação para identificar os responsáveis pela possível fraude e para preservar a integridade do acordo de colaboração. O caso, agora nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, poderá ter impacto direto sobre a validade das delações no processo que investiga ações ligadas à tentativa de subversão democrática.