Politica

Aliados do PL elogiam tom moderado de Bolsonaro, enquanto governistas avaliam que o cenário permanece inalterado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou uma postura serena durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), o que gerou reações positivas entre parlamentares de seu partido. A conduta mais contida foi destacada por correligionários como um movimento acertado, principalmente por evitar confrontos diretos e transmitir uma imagem de tranquilidade.

Postura comedido e tom conciliador

Durante o interrogatório, Bolsonaro não elevou o tom, evitou provocações e chegou até mesmo a pedir desculpas ao ministro Alexandre de Moraes por declarações anteriores. Ao comentar acusações feitas sem provas, o ex-presidente reconheceu excessos e, em um momento de descontração, chegou a brincar que convidaria Moraes para ser seu vice em uma futura campanha presidencial — apesar de atualmente estar inelegível.

Discurso contra golpe e defesa dos atos de 8 de janeiro

Ao ser questionado sobre uma suposta articulação golpista, Bolsonaro negou qualquer intenção nesse sentido. Ele classificou golpes como “abomináveis” e ressaltou a imprevisibilidade e os prejuízos de uma ruptura institucional. Também argumentou que os eventos de 8 de janeiro de 2023 não atendem aos critérios para serem considerados um golpe de Estado.

Reação dividida entre oposição e governistas

Entre deputados da oposição, houve elogios à condução de Moraes, considerada paciente e ponderada. Já os governistas avaliaram que o interrogatório seguiu um roteiro esperado, sem apresentar novos elementos que possam alterar o rumo do processo. O entendimento predominante é que, apesar do tom diferente adotado por Bolsonaro, o impacto jurídico é nulo.

Fase final dos interrogatórios

O depoimento de Bolsonaro ocorreu no início da tarde, após a oitiva de outras figuras ligadas ao seu governo. Na parte da manhã, prestaram depoimento o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro Anderson Torres; e o general Augusto Heleno. Após Bolsonaro, falaram ainda os ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. No dia anterior, Mauro Cid e Alexandre Ramagem também haviam sido interrogados.

Com isso, o ministro Alexandre de Moraes encerra a fase de oitivas no processo que investiga a suposta tentativa de golpe. Todos os envolvidos negaram envolvimento na trama.

Conclusão

A presença de Jair Bolsonaro no STF marcou a primeira vez em que ele ficou frente a frente com o ministro Alexandre de Moraes dentro do processo da suposta articulação golpista. Embora a escolha por um tom mais brando tenha sido bem recebida por aliados, analistas políticos e membros do governo avaliam que não houve qualquer elemento novo capaz de modificar o curso da ação penal. O encerramento dos depoimentos indica o avanço da investigação rumo às próximas etapas judiciais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *