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Haddad se encontra com líderes partidários em busca de alternativas ao aumento do IOF

O governo federal intensificou as articulações políticas no fim de semana para evitar a revogação do decreto que eleva a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve reunido com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos–PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União–AC), com o objetivo de alinhar os próximos passos das medidas econômicas que estão em pauta.

De acordo com Haddad, os encontros renderam avanços e trouxeram maior segurança à equipe econômica. A expectativa é de que o detalhamento das propostas ocorra ainda antes da viagem internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que embarca para a França nesta terça-feira (3).

Medidas pontuais e foco no longo prazo

O ministro explicou que o decreto atual tem como meta corrigir distorções específicas, mas alertou para a limitação de medidas isoladas. Segundo ele, o ideal é que o país caminhe para uma estratégia de médio e longo prazo que promova estabilidade e previsibilidade no ambiente fiscal. Apesar de mencionar reformas estruturais e correções no sistema financeiro, Haddad não deu detalhes sobre os pontos que serão abordados.

Enquanto o governo busca sustentação política, o Congresso Nacional pressiona pela suspensão imediata do aumento do IOF, o que tem exigido maior esforço de negociação por parte do Executivo.

Reforma administrativa entra em pauta

Paralelamente ao debate sobre o IOF, o governo também tenta avançar com a reforma administrativa. A proposta, que está sendo formulada por um grupo de trabalho criado recentemente, pretende revisar regras do funcionalismo público, incluindo temas como estabilidade no cargo e critérios para concursos. O grupo tem até 45 dias para apresentar o texto final.

Haddad afirmou que deseja se reunir com o relator da proposta, deputado Pedro Paulo (PSD–RJ), para tratar de pontos sensíveis. Segundo ele, é preciso cautela para que a reforma não leve ao aumento de despesas, em vez de contribuir para o equilíbrio fiscal.

Supersalários e aposentadorias no radar

O ministro destacou ainda que algumas medidas já foram encaminhadas ao Congresso, como o combate aos supersalários e o cumprimento de acordos relacionados às aposentadorias nas forças de segurança. Para Haddad, essas ações poderiam abrir caminho para um debate mais amplo e responsável sobre a estrutura do serviço público.

— “Nós daríamos um bom exemplo para começar a discutir esse tema, começando pelo topo do serviço público”, afirmou.

Conclusão

O governo enfrenta o desafio de sustentar medidas de ajuste fiscal em meio à resistência do Congresso. A tentativa de manter o aumento do IOF sem comprometer a articulação política exige negociações delicadas. Ao mesmo tempo, a reforma administrativa é colocada como prioridade, mas depende de acordos e avanços concretos para sair do papel. Com a agenda internacional do presidente Lula se aproximando, o Executivo corre contra o tempo para apresentar um plano coeso e evitar novas tensões com o Legislativo.

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