Economia

Governo bloqueia R$ 4,3 bilhões do Ministério das Cidades e R$ 2,6 bilhões da Defesa no Orçamento

O governo federal decidiu realizar um bloqueio orçamentário significativo, afetando diretamente dois ministérios estratégicos: o das Cidades e o da Defesa. Ao todo, R$ 6,9 bilhões foram congelados, sendo R$ 4,3 bilhões do Ministério das Cidades e R$ 2,6 bilhões das Forças Armadas.

A medida faz parte do contingenciamento de R$ 31,3 bilhões anunciado como tentativa de cumprir a meta fiscal de 2025, em meio à desaceleração da arrecadação e ao aumento de despesas obrigatórias. O bloqueio, previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, é um mecanismo utilizado quando o governo identifica risco de descumprimento da meta fiscal. Assim, o Planalto busca ganhar tempo para ajustar as contas públicas e reavaliar receitas e despesas ao longo do ano.

O Ministério das Cidades, responsável por políticas públicas ligadas a saneamento, mobilidade urbana e habitação popular, será o mais afetado. A perda de R$ 4,3 bilhões compromete diretamente obras de infraestrutura e projetos habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida. A pasta havia planejado acelerar a retomada de obras paradas e ampliar investimentos em transporte público, o que pode ser postergado ou reduzido diante da escassez de recursos.

Já o Ministério da Defesa, que terá R$ 2,6 bilhões congelados, deverá rever projetos de modernização e manutenção das Forças Armadas. A limitação de verba pode impactar diretamente o cronograma de aquisições de equipamentos, operações de patrulha em fronteiras e até missões de auxílio logístico em áreas remotas.

Além dessas duas pastas, o bloqueio atinge ainda outros ministérios, como Transportes, Educação e Integração e Desenvolvimento Regional, que também sofreram cortes menores. O objetivo do Executivo é evitar o descumprimento da meta de déficit primário zero, considerada um compromisso central da política econômica do governo atual.

Nos bastidores, parlamentares da base governista já demonstram preocupação com os impactos nas emendas e repasses aos estados e municípios, especialmente em ano pré-eleitoral. Líderes do Congresso pressionam o Ministério da Fazenda a encontrar fontes alternativas de receita, evitando cortes em áreas sensíveis como habitação, segurança e saúde.

O governo ainda não sinalizou se parte dos valores bloqueados poderá ser desbloqueada no segundo semestre, dependendo do desempenho da arrecadação. Até lá, os ministérios afetados terão de reprogramar seus gastos e atrasar parte dos compromissos assumidos para 2025.

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