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Análise: Com respaldo de Bolsonaro, Eduardo interrompe definições da direita para 2026

O movimento de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que declarou publicamente a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2026, contou com o aval direto de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de estar inelegível, Bolsonaro tem mantido forte influência sobre os rumos da direita e vinha sendo pressionado a definir um nome para sua sucessão.

Reação Interna: Discussões Paralisadas

De acordo com dirigentes do PL ouvidos pela CNN, Bolsonaro se incomodava com o avanço de articulações dentro da centro-direita em busca de um candidato competitivo. A fala de Eduardo teve um impacto imediato: estancou o debate interno sobre a escolha de um sucessor, especialmente no momento em que partidos como MDB e PSD buscavam se posicionar na disputa por alianças.

Tarcísio e Michelle na Espera de Sinal Verde

Entre os nomes cogitados como alternativas para 2026 estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Ambos, no entanto, só pretendem entrar na corrida presidencial com o apoio explícito de Jair Bolsonaro. Tarcísio, em particular, precisa decidir até abril se deixará o governo paulista, o que só acontecerá caso haja uma decisão clara até janeiro.

Estratégia Pode Inviabilizar Alternativas

Caso Bolsonaro demore a definir seu candidato, como tem sinalizado, a janela política para uma candidatura viável pode se fechar. O Republicanos, partido de Tarcísio, defende que a escolha aconteça até o início de 2025. Um adiamento pode levar o governador a buscar a reeleição em São Paulo, abandonando uma possível candidatura nacional.

Obstáculos Eleitorais de Eduardo

Apesar da movimentação recente, o nome de Eduardo Bolsonaro enfrenta desafios relevantes. A última pesquisa Genial/Quaest indica que sua rejeição é superior à do presidente Lula, ao passo que Tarcísio tem baixa rejeição, o que, para aliados, poderia torná-lo uma opção mais competitiva eleitoralmente.

Conclusão

A entrada de Eduardo Bolsonaro no debate presidencial, com a bênção do pai, alterou o ritmo das discussões dentro da direita. Ao mesmo tempo que diminui a pressão sobre Jair Bolsonaro, a indefinição prolongada pode acabar limitando as opções do grupo, especialmente se Tarcísio for impedido pelo calendário eleitoral de se viabilizar como candidato. O impasse revela uma disputa mais estratégica do que explícita e aponta para um cenário ainda indefinido para 2026.

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