Ações europeias encerram em baixa após nova ameaça de tarifas por parte de Trump
Os mercados europeus começaram o mês de junho sob pressão, com os investidores reagindo às novas declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas de importação. O índice pan-europeu STOXX 600 encerrou o pregão desta segunda-feira (2) com queda de 0,14%, aos 547,92 pontos, após ter acumulado alta de cerca de 4% em maio.
Aço e automóveis no centro das preocupações
As preocupações se intensificaram após Trump afirmar, na última sexta-feira (30), que pretende dobrar as tarifas sobre o aço e o alumínio importados, elevando-as de 25% para 50%. A União Europeia, em resposta, sinalizou que está pronta para adotar medidas de retaliação.
Diante disso, o setor automobilístico foi um dos mais atingidos, registrando queda de 2,1% — o pior desempenho entre os segmentos avaliados. As ações da Stellantis recuaram 5%, enquanto montadoras como Mercedes-Benz, BMW e Volkswagen caíram entre 1,9% e 2,7%.
Siderúrgicas e mercado de luxo também sentem o impacto
Embora empresas do setor siderúrgico, como ArcelorMittal e Aperam, tenham reduzido parte das perdas ao fim do dia, ainda fecharam em baixa. Já o segmento de bens de luxo também teve desempenho negativo, com queda de 0,8% no índice mais amplo do setor.
Segundo analistas, os investidores mantiveram uma postura mais cautelosa diante das tensões comerciais. “O mercado está claramente em um modo de menor apetite por risco”, avaliou Steve Sosnick, estrategista da Interactive Brokers, ao comentar o impacto das declarações políticas nas decisões financeiras. Ele também destacou que, embora a retórica de Trump já não tenha o mesmo efeito de antes, ainda influencia o sentimento do mercado.
Petróleo sobe e impulsiona ações do setor
Na contramão da tendência geral, o setor de energia teve desempenho positivo. Com a alta nos preços do petróleo, o segmento avançou 1,4%, beneficiado pelo anúncio da Opep+ de um aumento mais contido na produção da commodity a partir de julho, aliviando temores de excesso de oferta.
Conclusão
O início de junho foi marcado por instabilidade nas bolsas europeias, com destaque para os impactos provocados pela possibilidade de uma nova escalada protecionista liderada por Trump. Enquanto setores como o automobilístico e o de luxo registraram perdas expressivas, a área de energia se beneficiou da valorização do petróleo. O cenário revela a sensibilidade dos mercados às declarações políticas e à incerteza no comércio global — elementos que devem seguir influenciando os movimentos dos investidores nas próximas semanas.