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CEO de clínica para homens revela estigma e mudança de mentalidade: ‘Já tive vergonha de ser visto no salão’

O executivo à frente de uma das maiores redes de estética voltada exclusivamente para o público masculino no Brasil fez uma confissão que reflete o tabu ainda presente entre muitos homens: “Já tive vergonha de ser visto no salão”. A declaração veio durante uma conversa sobre os desafios e avanços no mercado de cuidados pessoais para homens, um setor que tem crescido de forma acelerada nos últimos anos.

Segundo o CEO, a ideia de que vaidade é algo exclusivamente feminino ainda paira sobre muitos homens, especialmente em gerações mais antigas. “Durante muito tempo, eu mesmo evitava entrar em salões de beleza, mesmo querendo cuidar da minha aparência. Havia um constrangimento, como se isso não fosse permitido para um homem”, afirmou.

Esse sentimento, porém, não o impediu de enxergar o potencial de mercado e transformar essa percepção em um negócio milionário. A clínica que dirige oferece desde tratamentos capilares e cuidados com a pele até depilação a laser e harmonização facial, tudo voltado para o público masculino. E mais do que serviços, ela vende conforto e discrição: ambiente reservado, atendimento individualizado e profissionais especializados em lidar com o perfil e as inseguranças do homem contemporâneo.

A procura cresceu vertiginosamente, impulsionada por uma mudança de comportamento. “Hoje os homens querem se cuidar, mas ainda há muitos que precisam de um empurrãozinho. A diferença é que agora eles já têm onde ir sem se sentir deslocados”, explicou.

A experiência pessoal do CEO serviu de inspiração para moldar o tom da marca. Ele conta que a ideia surgiu exatamente dessa sensação de não pertencimento nos espaços tradicionais de estética. “Não era sobre vaidade. Era sobre autoestima. E se eu sentia aquilo, imagine quantos outros homens também não sentiam?”

Com unidades espalhadas por todo o país e planos de expansão para o exterior, o executivo acredita que o estigma está diminuindo, embora ainda exista. “Hoje vejo clientes de todas as idades, de executivos a motoristas de aplicativo, todos querendo se sentir melhor com a própria imagem. E ninguém mais esconde isso”, contou.

Para ele, o maior sinal de mudança cultural é ver pais e filhos frequentando juntos a clínica. “Isso mostra que a nova geração já está crescendo com uma visão diferente. Eles não veem mais o cuidado pessoal como fraqueza, e sim como um ato de respeito por si mesmos.”

Apesar do avanço, ele reconhece que ainda há resistência. “Mas o caminho está aberto. E quem diria que eu, que um dia me escondia pra cortar o cabelo, hoje lideraria uma rede de clínicas só para homens? Isso diz muito sobre como as coisas estão mudando.”

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