PF encontra fotos de vítimas no celular de suspeito ligado a grupo de extermínio
A Polícia Federal identificou dezenas de fotos de possíveis vítimas armazenadas no celular de um dos investigados por integrar um grupo criminoso especializado em assassinatos por encomenda. A informação consta em decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a 7ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada na última quarta-feira (28).
Suspeito já estava preso por outro homicídio
As imagens foram encontradas no telefone do instrutor de tiro Heliderson Fialho Martins, preso desde janeiro de 2024 por envolvimento na morte do advogado Roberto Zampieri. Zampieri era peça-chave em um esquema de venda de sentenças judiciais. Além das fotos, as autoridades localizaram áudios em que Martins menciona ter viajado para “resolver aquela pendenga” — expressão usada em referência ao assassinato — e faz menção a outras “missões” pelas quais esperava ser pago.
Estrutura armada e atuação em rede
De acordo com o ministro Zanin, há fortes indícios da existência de uma organização criminosa com estrutura armada e presença de integrantes das Forças Armadas, tanto da ativa quanto da reserva. A Procuradoria-Geral da República (PGR) destacou que o grupo operava com uma estrutura similar à de uma empresa e se autodenominava “C4”, sigla para “Caça aos comunistas, corruptos e criminosos”.
Execuções com tabela de preços
Documentos apreendidos durante a investigação revelaram uma tabela de valores que variava conforme o alvo: R$ 250 mil por ministros do STF, R$ 150 mil por senadores, R$ 100 mil por deputados e R$ 50 mil para indivíduos classificados como “figuras normais”. Entre os materiais apreendidos, também há mensagens com frases como “missão cumprida” e conversas que indicam monitoramento das vítimas antes das execuções.
Risco e capacidade de atuação preocupam autoridades
Na decisão, Zanin afirma que os primeiros levantamentos da PF indicam um alto potencial letal nas ações do grupo, o que justificaria a manutenção das prisões dos envolvidos. Ele também ressaltou o grau de organização, o uso de treinamento militar e a continuidade das atividades ilícitas como fatores que aumentam o risco de fuga e tentativa de interferência nas investigações.
Conclusão
As descobertas da Polícia Federal reforçam a gravidade da atuação do grupo investigado, que operava com planejamento, armamento e treinamento, e colocava em risco autoridades e civis. As evidências reunidas, como registros fotográficos e conversas interceptadas, contribuem para dimensionar o perigo representado por essa organização criminosa, cujo desmantelamento se tornou prioridade nas investigações em curso.