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Azul projeta encerrar processo de recuperação judicial até o começo de 2026

A companhia aérea Azul espera concluir seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos entre o fim de 2025 e o início de 2026. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (30) pelo vice-presidente institucional da empresa, Fábio Campos, que destacou o apoio de credores e parceiros como um dos fatores que reforçam a confiança na conclusão rápida do processo.

Reestruturação avança com apoio de múltiplos grupos

Segundo Campos, há interesse de diversos grupos em participar da reestruturação da companhia, incluindo investidores, fornecedores e parceiros comerciais. “Estamos entrando com o apoio dos principais envolvidos e, com isso, a expectativa é concluir toda a parte judicial até o final do ano e sair do processo por completo no começo do ano que vem”, afirmou o executivo durante conversa com jornalistas.

Primeira audiência sem rejeições e plano de financiamento em andamento

A Azul realizou nesta semana sua primeira audiência nos EUA no âmbito do processo de recuperação. De acordo com Campos, todos os cerca de 20 pedidos feitos pela companhia foram aceitos sem objeções, tanto por parte do tribunal quanto dos credores.

Como parte do plano de reestruturação, a empresa receberá um financiamento na modalidade “DIP” (debtor-in-possession), no valor de aproximadamente US$ 1,6 bilhão. O montante será liberado em três fases, sendo a primeira, de US$ 250 milhões, já disponibilizada nesta quinta-feira (29).

Operações mantidas e novas rotas anunciadas

Apesar do cenário de recuperação judicial, a Azul garante que suas operações seguem normalmente e que todas as passagens adquiridas pelos clientes serão honradas. A empresa também anunciou que, a partir de segunda-feira, divulgará novas rotas internacionais saindo de Campinas (SP) com destino ao Porto, em Portugal, e a Madri, na Espanha.

Foco na reestruturação e incerteza sobre fusão com a Gol

Campos evitou detalhar o futuro da proposta de fusão com a Gol, que vinha sendo negociada antes do início do processo judicial. Ele afirmou que o memorando de entendimentos (MOU), firmado em janeiro, permanece válido, mas que o foco atual da Azul está totalmente voltado à sua reestruturação.

Revisão da frota faz parte do plano

Como parte das ações em curso, a Azul também está revendo sua frota. A empresa negocia com arrendadores a devolução de aviões Embraer E1 e cargueiros Boeing 737. O executivo negou, no entanto, que a frota será reduzida em 35%, como sugerido por reportagens recentes. Segundo ele, muitos dos aviões considerados para devolução já estavam fora de operação por falta de peças ou motores, reflexo da crise na cadeia global de suprimentos.

Campos reiterou que a Azul seguirá adotando uma estratégia de frota diversificada, utilizando aeronaves de diferentes fabricantes, em contraste com companhias como a Gol, que opera majoritariamente com aviões Boeing. “Seguiremos com a lógica do avião certo para a rota certa, como temos feito desde nossa fundação”, disse.

Conclusão

A Azul demonstra confiança em sua capacidade de concluir o processo de recuperação judicial dentro de um prazo considerado curto para esse tipo de operação. Com apoio de credores, injeção de recursos e foco na revisão da frota, a companhia tenta retomar o equilíbrio financeiro sem comprometer suas operações. A manutenção das rotas e a expansão internacional são sinais de que, apesar dos desafios, a empresa aposta em um reposicionamento estratégico para seguir competitiva no setor aéreo.

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