Ministra das Mulheres repudia ataque a Marina Silva: “Reação é de revolta”
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, classificou como revoltante o ataque verbal sofrido pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante uma sessão no Congresso Nacional. Em pronunciamento nesta terça-feira, Cida afirmou que o episódio expõe não apenas um desrespeito institucional, mas também uma violência direcionada a uma figura pública que representa décadas de luta em defesa do meio ambiente e da dignidade feminina na política.
Marina Silva foi alvo de insultos durante a discussão de propostas que flexibilizam o licenciamento ambiental e alteram marcos regulatórios de proteção ambiental. Ao se posicionar contra tais medidas, Marina enfrentou reações hostis, especialmente de parlamentares ligados à bancada ruralista. A situação levou a ministra a se retirar do plenário, atitude que mais tarde foi elogiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cida Gonçalves não poupou críticas à forma como a colega de governo foi tratada. “É inadmissível que uma mulher como Marina, com sua trajetória, seja desrespeitada dessa forma. É um ataque que carrega não só viés político, mas também machismo e preconceito”, afirmou. Para ela, esse tipo de conduta contribui para o ambiente tóxico que ainda afasta muitas mulheres da política e dos espaços de poder.
A ministra das Mulheres destacou ainda que o governo federal tem o compromisso de enfrentar todas as formas de violência política de gênero e que ataques como o sofrido por Marina serão combatidos com firmeza. Segundo ela, o Ministério das Mulheres já estuda ações para garantir maior proteção institucional a integrantes do Executivo e do Legislativo que enfrentam esse tipo de hostilidade no exercício de suas funções.
O episódio reacendeu debates sobre a misoginia na política brasileira e a dificuldade enfrentada por mulheres, especialmente negras, em cargos de alta relevância. Marina Silva, que já foi senadora, ministra em outros governos e candidata à Presidência da República, é amplamente reconhecida internacionalmente por sua atuação ambiental e trajetória de superação, saindo de uma infância pobre no Acre para se tornar uma das vozes mais influentes do ambientalismo global.
A solidariedade à ministra do Meio Ambiente também partiu de outros membros do governo, lideranças de movimentos sociais e personalidades públicas. Todos ressaltaram o simbolismo de sua presença no governo e o risco de enfraquecer uma agenda ambiental estratégica diante de interesses econômicos imediatistas.
“Não vamos nos calar”, reforçou Cida Gonçalves. “Quando atacam Marina, atacam todas nós.”