Economia

Isenção do IR até R$ 5 mil pode representar 13º salário para alguns, diz Receita

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que a proposta de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês poderá representar um impacto positivo significativo na vida dos trabalhadores brasileiros. Segundo ele, para alguns contribuintes, o valor que deixará de ser descontado ao longo do ano equivale a um 13º salário, funcionando como um reforço na renda familiar.

A medida, caso aprovada, deve beneficiar diretamente cerca de 10 milhões de pessoas. Isso inclui tanto os contribuintes que estarão completamente isentos do imposto quanto aqueles que terão a carga tributária reduzida, com rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. A Receita acredita que o impacto será mais evidente nas faixas de renda mais baixas da classe média, onde a carga tributária representa uma parcela significativa da renda líquida.

Barreirinhas ressaltou que a proposta faz parte de um esforço mais amplo para tornar o sistema tributário brasileiro mais justo e progressivo. Ele lembrou que, entre 2015 e 2022, a tabela do IR ficou congelada, o que levou milhões de brasileiros que antes não pagavam imposto a entrarem na base de cobrança apenas por conta da inflação acumulada. Essa defasagem de mais de 50% corroeu o poder de compra da população e aprofundou desigualdades.

O plano do governo é implementar a nova faixa de isenção em 2026, dando tempo para ajustes orçamentários e para que o Congresso Nacional analise a proposta. A Receita também estuda compensações para a perda de arrecadação, como maior fiscalização de grandes fortunas e revisão de benefícios fiscais a setores privilegiados.

Além do alívio no bolso, o governo espera que a medida impulsione o consumo das famílias, fortalecendo a economia. Ao colocar mais dinheiro diretamente na mão dos trabalhadores, especialmente os de menor renda, a expectativa é de que haja um efeito positivo no comércio, serviços e até na arrecadação indireta por meio de outros tributos.

Barreirinhas defendeu que corrigir a tabela do IR não é apenas uma questão fiscal, mas de justiça social. “Não podemos continuar penalizando quem vive do seu salário enquanto rendas de capital e patrimônios altos seguem com vantagens desproporcionais. Esse é um passo para um Brasil mais equilibrado”, afirmou.

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