Fávaro declara que foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul está controlado
A confirmação de um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul, estado com uma das maiores produções avícolas do Brasil, gerou uma onda de preocupação nos setores produtivos e sanitários do país. No entanto, segundo afirmou Fábio Fávaro, secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, as autoridades conseguiram conter a ocorrência e impedir sua propagação. De acordo com ele, a situação está controlada e, até o momento, não há riscos adicionais identificados para a população, o rebanho comercial ou para o abastecimento.
A identificação do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em aves silvestres nas zonas costeiras do estado acendeu o sinal de alerta imediato. Equipes técnicas foram mobilizadas rapidamente para isolar a área, monitorar o entorno e aplicar protocolos rígidos de biossegurança. A gripe aviária, embora comum em aves migratórias, representa uma ameaça potencial às granjas comerciais, podendo causar impactos econômicos severos caso chegue a esse segmento.
De acordo com Fávaro, a resposta rápida foi determinante para a contenção. Barreiras sanitárias foram erguidas, rotas de acesso foram controladas e o contato humano com aves silvestres foi rigorosamente restringido. As ações foram coordenadas entre a Secretaria de Agricultura estadual, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), órgãos ambientais e vigilâncias sanitárias locais.
O secretário ressaltou que, embora o vírus tenha sido encontrado apenas em aves não domésticas, o protocolo de controle seguiu os padrões internacionais estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Essas normas recomendam medidas preventivas até mesmo em casos de contaminação em espécies silvestres, considerando a facilidade com que o vírus pode se espalhar por meio do contato indireto com rebanhos comerciais.
Mesmo com o controle efetivo da situação, o setor produtivo permanece em alerta. O Rio Grande do Sul é um dos maiores exportadores de carne de frango do Brasil, e surtos dessa natureza podem gerar restrições comerciais temporárias impostas por mercados estrangeiros. A boa notícia, segundo o secretário, é que não houve qualquer tipo de suspensão ou notificação internacional que afete as exportações do estado. Ele reafirmou que não há impacto no consumo humano, já que a doença não é transmitida por meio da ingestão de carne ou ovos devidamente cozidos.
As autoridades também reforçaram que a gripe aviária, embora potencialmente grave, ainda não representa ameaça direta à saúde humana em sua forma atual no Brasil. Não há registros de contaminação de pessoas no estado, e todos os técnicos envolvidos no manejo das aves contaminadas estão sendo monitorados, utilizando equipamentos de proteção adequados.
Além da ação imediata para contenção, Fávaro anunciou que novas medidas de prevenção estão sendo implementadas para garantir que não surjam novos focos. Essas ações incluem o reforço na fiscalização de granjas, campanhas de informação junto a produtores rurais, e a intensificação da vigilância de aves silvestres nas áreas de maior risco — especialmente ao longo da faixa litorânea e em regiões de migração sazonal.
A população também foi convocada a colaborar com o monitoramento. O secretário orientou que, ao identificar qualquer ave morta ou com comportamento anormal — como dificuldade de voo, desorientação ou perda de coordenação motora — os cidadãos evitem contato direto e notifiquem imediatamente os canais oficiais de vigilância sanitária ou ambiental.
A experiência adquirida por outras regiões do mundo na gestão da gripe aviária tem servido de base para a atuação das autoridades brasileiras. Casos anteriores na Europa, Ásia e América do Norte mostraram que a disseminação rápida do vírus pode ser catastrófica, não apenas para o setor agropecuário, mas também para a saúde pública. Por isso, os protocolos estão sendo aplicados com o máximo de rigor, ainda que a ameaça imediata tenha sido neutralizada.
Com o foco declarado como contido, o governo estadual agora volta suas atenções para o acompanhamento a médio e longo prazo. Relatórios técnicos continuarão sendo produzidos semanalmente, e novas atualizações devem ser divulgadas conforme a situação evolua. Segundo Fávaro, o comprometimento com a transparência e a ação preventiva seguirá como prioridade.
Em meio a um cenário onde surtos zoonóticos tornaram-se temas sensíveis para a sociedade global, a atuação rápida e coordenada das autoridades do Rio Grande do Sul é vista por especialistas como exemplo de gestão de crise sanitária. O episódio reforça a necessidade de integração entre os setores de saúde humana, saúde animal e meio ambiente — uma abordagem cada vez mais adotada sob o conceito de “Saúde Única”.
Em conclusão, embora o caso tenha gerado apreensão inicial, a declaração de que o foco está controlado representa uma importante vitória sanitária para o estado e demonstra a capacidade de resposta do sistema agropecuário brasileiro diante de ameaças que exigem vigilância constante, articulação entre instituições e confiança da população.