Análise: investigação ameaça a continuidade do mandato de Eduardo Bolsonaro
A situação política do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ganhou um novo capítulo com a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação, que apura possíveis crimes relacionados à tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, coloca em risco o mandato do parlamentar, de acordo com a avaliação de figuras tanto da base aliada quanto da oposição.
Investigação aproxima Eduardo da situação do pai
A apuração conduzida pelo STF segue linha semelhante à do processo que tornou réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo, sob acusações ligadas à articulação de uma tentativa de ruptura institucional. A diferença, agora, é que o filho está formalmente incluído no inquérito, o que aumenta suas chances de sofrer sanções judiciais.
As consequências podem variar desde medidas restritivas até a possibilidade de prisão ou perda de mandato. No entanto, qualquer decisão do STF nesse sentido depende de aprovação posterior pela Câmara dos Deputados.
Permanência nos EUA como estratégia
Atualmente licenciado e residindo nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro tem mandato parlamentar suspenso até julho. Entre aliados, a permanência fora do país é vista como uma possível estratégia para adiar seu retorno diante do avanço da investigação. Há também avaliações de que ele seguirá influente politicamente mesmo fora do exercício direto do cargo, especialmente por meio das redes sociais e de interlocuções com figuras da direita americana.
Não está descartada, segundo aliados, a busca por mecanismos que possam estender sua estadia no exterior.
Reação do governo
Para setores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a iniciativa da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao solicitar a abertura do inquérito representa um posicionamento firme em resposta aos movimentos da oposição.
Conclusão
A abertura do inquérito contra Eduardo Bolsonaro marca um momento de tensão em seu futuro político. Além de representar riscos concretos ao seu mandato, a investigação também pressiona o deputado licenciado a definir se irá ou não retornar ao Brasil. Ao mesmo tempo, o caso reforça o papel do STF e da PGR no enfrentamento a atos considerados antidemocráticos e amplia a disputa entre governo e oposição no campo jurídico e político.