Análise indica que o PT depende de Eduardo Paes para fortalecer sua posição no comando do Rio
Em um momento estratégico para a formação de alianças visando a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), surge como o principal nome na disputa pelo governo do estado. Segundo pesquisa divulgada pelo instituto Paraná Pesquisas nesta terça-feira (27), Paes aparece com 57% das intenções de voto na pesquisa estimulada.
Atrás dele estão Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa do Rio, com 10,4%, seguido por Tarcísio Motta (Psol), com 8,3%, e Italo Marsili (sem partido), que registra 1,6%.
PT enfrenta dificuldades para lançar candidatura própria
Os números refletem um cenário desfavorável para o Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro. Sem nomes fortes o suficiente para encabeçar uma candidatura competitiva ao governo estadual, a sigla tende a manter o apoio a Eduardo Paes. Essa estratégia é vista por setores do partido como essencial para garantir um palanque robusto fora do eixo tradicional da esquerda, em um estado eleitoralmente decisivo.
Relação entre Paes e PT passa por atritos
Apesar de contar com integrantes do PT ocupando cargos relevantes na administração da capital, a relação entre o partido e Eduardo Paes tem enfrentado tensões. Recentemente, vereadores petistas votaram contra o projeto que autoriza o armamento da Guarda Municipal, o que gerou desconforto com o prefeito.
Em meio ao episódio, Washington Quaquá (PT), prefeito de Maricá e um dos principais defensores da aliança com Paes, saiu publicamente em defesa do projeto e do prefeito, tentando conter o desgaste.
Acordo para 2026 ainda está indefinido
Mesmo com a proximidade entre as lideranças, um acordo formal entre Eduardo Paes e o PT para as eleições de 2026 ainda não foi selado. Esse impasse abre espaço para que alas mais à esquerda da legenda resistam à aliança e tentem articular alternativas ao apoio ao atual prefeito do Rio.
Conclusão
Os dados da pesquisa revelam o protagonismo de Eduardo Paes na disputa pelo Palácio Guanabara e colocam o PT diante de um dilema estratégico. Sem nomes fortes para liderar uma candidatura própria, o partido deve pesar entre a manutenção da aliança com o prefeito do PSD ou o risco de isolamento político no estado. O desfecho dessa negociação poderá ter impacto direto na construção do cenário nacional para as eleições de 2026.