Economia

Setor petroquímico é o principal obstáculo nas negociações do acordo entre Mercosul e Emirados Árabes

As conversas para firmar um acordo de livre comércio entre o Mercosul e os Emirados Árabes Unidos seguem em ritmo acelerado desde o início de 2024. Apesar dos avanços significativos, uma lista com cerca de 20 produtos petroquímicos tem se mostrado o principal entrave para a finalização do tratado entre os dois blocos.

Emirados querem tarifa zero para produtos altamente competitivos

De acordo com autoridades envolvidas diretamente nas negociações, os Emirados Árabes solicitaram isenção tarifária para uma série de produtos petroquímicos. Esse setor, no qual o país do Golfo é altamente competitivo devido à sua base petrolífera, gera preocupação nos países do Mercosul — especialmente no Brasil, onde a indústria local busca proteção frente à concorrência internacional.

Mercosul busca equilíbrio diante de interesses estratégicos

Os negociadores sul-americanos têm ressaltado aos Emirados que, embora o setor petroquímico seja delicado, o restante da pauta comercial entre os dois lados oferece ganhos expressivos. A proposta dos países árabes de diversificar sua economia e expandir o acesso ao mercado sul-americano com tarifas reduzidas em diversos setores tem sido considerada significativa pelo bloco.

Relação econômica vai além do comércio de bens

Além da troca comercial, os laços entre os Emirados Árabes e o Brasil têm se fortalecido por meio de investimentos robustos. Grupos como Mubadala, Abu Dhabi Investment Group (ADIG), Edge Group e DP World vêm ampliando suas operações no Brasil, sinalizando um interesse crescente no desenvolvimento de setores estratégicos no país.

Exportações brasileiras e importações árabes

Entre os produtos que lideram as exportações brasileiras para os Emirados estão a carne de frango, a carne bovina e o açúcar. Já nas importações, o Brasil adquire principalmente petróleo, ureia, enxofre e componentes para aeronaves.

Otimismo marca o cenário, apesar dos desafios

Mesmo diante do impasse atual, há confiança de que o acordo pode ser concluído ainda em 2025. Em abril, durante um encontro paralelo à reunião dos chanceleres do Brics, a ministra de Cooperação Internacional dos Emirados Árabes, Reem Al-Hashimy, expressou esperança de um desfecho positivo em breve.

Conclusão

Embora o setor petroquímico concentre a principal divergência entre Mercosul e Emirados Árabes, o cenário geral das negociações é visto como promissor. Com um volume crescente de comércio e investimentos em expansão, ambos os lados demonstram disposição para superar os obstáculos restantes e avançar rumo a um acordo comercial histórico ainda neste ano.

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