Economia

IFI aponta risco fiscal com projeções negativas de despesas no PLDO 2026

A Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado Federal, divulgou seu Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de abril, destacando preocupações sobre a trajetória fiscal do país nos próximos anos.

Projeções para 2025

Para o ano de 2025, a IFI estima que o governo federal encerrará com um déficit primário de R$ 64,2 bilhões, equivalente a 0,51% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar desse valor ultrapassar a meta de déficit primário zero, a instituição prevê que a meta será cumprida devido a abatimentos legais, como a exclusão de despesas com precatórios do cálculo fiscal.

Desafios em 2026

O cenário para 2026 é mais preocupante. A IFI projeta um déficit primário de R$ 128 bilhões, representando 0,95% do PIB, distante da meta de superávit de 0,25% do PIB estabelecida pelo governo. Para atingir essa meta, seria necessário um esforço fiscal adicional de aproximadamente R$ 72,3 bilhões, o que representa um desafio significativo.

Fatores que contribuem para o cenário fiscal

A IFI aponta diversos fatores que dificultam o cumprimento das metas fiscais:

  • Rigidez orçamentária: A estrutura atual do orçamento limita a capacidade do governo de realizar cortes significativos em despesas obrigatórias, como previdência, saúde e educação.
  • Cenário econômico: A previsão de crescimento econômico moderado e inflação controlada pode impactar negativamente a arrecadação tributária, dificultando o alcance das metas fiscais.
  • Retorno dos precatórios: A partir de 2027, os pagamentos integrais de precatórios voltarão a ser contabilizados no resultado fiscal, o que pode aumentar significativamente as despesas e pressionar as contas públicas.

Conclusão

A análise da IFI destaca a necessidade urgente de ajustes fiscais estruturais para garantir a sustentabilidade das contas públicas. A combinação de metas fiscais ambiciosas, limitações orçamentárias e um cenário econômico desafiador exige ações concretas para evitar o agravamento da situação fiscal nos próximos anos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *