Politica

Governo federal considera recuo no IOF como ajuste de estratégia

O Palácio do Planalto considera que o governo conseguiu ajustar a estratégia ao recuar parcialmente das medidas que aumentariam as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo fontes internas, essa decisão foi tomada a tempo de impedir consequências mais graves para o cenário econômico e político.

Reunião emergencial e decisões após repercussão

Na noite de quinta-feira (22), após coletiva da equipe econômica, integrantes do governo como Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação) se reuniram no Planalto para tratar do tema. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não participou da reunião, pois já havia embarcado para São Paulo. Ao chegar à capital paulista, Haddad recebeu os primeiros retornos sobre o impacto da medida e acionou sua equipe, mantendo contato direto com Bruno Moretti, da Casa Civil, para coordenar a comunicação oficial.

Erro técnico e avaliação interna sobre o recuo

Segundo auxiliares do governo, o ministro Haddad não discutiu a decisão de recuar com outros ministros, exceto com Sidônio Palmeira, a quem comunicou os detalhes da nota que seria divulgada pela Fazenda. No entendimento do Planalto, o aumento proposto do IOF representava um erro técnico com potencial impacto estimado entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, valor considerado menor diante do bloqueio orçamentário de R$ 31,3 bilhões anunciado pelo governo.

Sem divergências entre áreas política e econômica

Fontes políticas do governo descartam que o recuo tenha sido motivado pela reação negativa do mercado financeiro. O Palácio enfatiza que não houve conflito entre os setores político e econômico, reforçando que a mudança foi uma adequação técnica dentro do planejamento fiscal.

Contexto: lições do ano passado

O governo ainda carrega as consequências da estratégia adotada no ano passado, quando anunciou simultaneamente um pacote de cortes de gastos e alterações no Imposto de Renda, o que gerou forte reação negativa no mercado. Internamente, o episódio anterior é classificado como um “exagero” na resposta do mercado, experiência que, segundo relatos, influenciou a decisão rápida de rever o aumento do IOF.


Conclusão

A rápida reversão da elevação do IOF mostra a cautela do governo em lidar com medidas fiscais delicadas, buscando equilibrar a responsabilidade orçamentária e a estabilidade do mercado. A atuação coordenada entre os ministérios e a avaliação técnica do impacto das mudanças reforçam a intenção do Palácio do Planalto em evitar rupturas econômicas e preservar a confiança dos agentes financeiros durante o atual cenário de contenção de despesas públicas.

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