Segundo a CBIC, o mercado imobiliário registrou um crescimento de 15% no primeiro trimestre
O setor imobiliário brasileiro iniciou 2025 em ritmo acelerado. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (19) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as vendas de imóveis residenciais cresceram 15,7% no primeiro trimestre, totalizando 102.485 unidades comercializadas em uma amostragem de 221 cidades.
Lançamentos também avançam, mas oferta encolhe
No mesmo período, foram lançadas 84.924 unidades habitacionais, representando um crescimento de 15,1% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. Apesar do desempenho positivo, a oferta final de imóveis apresentou queda: houve uma redução de 4,6%, com 287.980 unidades disponíveis ao fim de março. De acordo com a CBIC, essa queda está relacionada ao crescimento das vendas e à desaceleração dos lançamentos fora dos programas habitacionais.
Desempenho supera expectativas sazonais
A CBIC destaca que o avanço do mercado chama atenção, especialmente por ocorrer em um período historicamente mais fraco para o setor. Além disso, o crescimento aconteceu em meio a um cenário de juros elevados, o que, em geral, tende a dificultar o acesso ao crédito imobiliário.
Minha Casa, Minha Vida impulsiona o setor
O programa Minha Casa, Minha Vida teve papel central nesse resultado. No primeiro trimestre, ele respondeu por 53% dos lançamentos e por 47% das vendas realizadas. Um dos fatores que explicam esse desempenho é a oferta de condições mais vantajosas de financiamento, além da ampliação dos subsídios oferecidos por estados e municípios.
Crescimento consistente nos últimos 12 meses
Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, o setor também apresentou desempenho sólido. Foram lançadas 407,9 mil unidades e vendidas 418,1 mil — ambos os indicadores cresceram 22,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Conclusão
O início de 2025 confirma a recuperação consistente do mercado imobiliário, que mostra fôlego mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador. O papel do Minha Casa, Minha Vida foi decisivo para esse cenário, reforçando a importância das políticas públicas de habitação para a expansão do setor. A combinação entre maior demanda, crescimento nos lançamentos e queda na oferta final sinaliza um mercado ativo, mas que também pode enfrentar desafios caso o ritmo de novos empreendimentos não acompanhe o aumento nas vendas.