Ministro Alexandre de Moraes repreende advogados e reforça tom sério em sessão do STF
Durante uma sessão recente no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes protagonizou um momento tenso ao repreender advogados que, segundo ele, estavam adotando uma postura inadequada diante da Corte. Em meio à sustentação oral, Moraes interrompeu o andamento da sessão para fazer um alerta direto: “Não estamos aqui para fazer circo”.
A declaração ocorreu em um contexto de discussões acaloradas envolvendo temas sensíveis à política nacional e processos de forte repercussão pública. A atitude do ministro evidenciou sua preocupação com o que classificou como tentativas de transformar o plenário do STF em palanque para discursos políticos ou performances teatrais.
“Há espaço para a defesa, há espaço para argumentação jurídica. O que não podemos permitir é a desmoralização do rito constitucional com espetáculos que fogem completamente ao escopo jurídico”, completou Moraes, em tom firme.
A reação do magistrado foi interpretada como um recado não apenas aos advogados presentes, mas também a setores políticos e jurídicos que, por vezes, tentam utilizar o Judiciário como palco de disputas simbólicas ou midiáticas. Moraes, que tem sido figura central em processos envolvendo desinformação, ataques à democracia e tentativas de deslegitimação das instituições, reforçou a importância de manter a seriedade e a sobriedade dos ritos judiciais.
No STF, a tensão entre o rigor técnico e o espetáculo público tem sido cada vez mais debatida. Casos de grande visibilidade atraem holofotes e, frequentemente, acabam sendo utilizados como plataformas de projeção política por advogados ou partes interessadas. A fala de Moraes reflete uma tentativa de frear esse movimento e preservar o prestígio institucional do tribunal.
O episódio também gerou repercussão entre juristas, alguns dos quais concordam com o ministro ao defenderem a liturgia do processo judicial. Para outros, no entanto, é preciso garantir que o direito à ampla defesa não seja confundido com um engessamento da atuação dos advogados, especialmente em causas de interesse público.
Apesar da tensão, a sessão prosseguiu normalmente após a intervenção de Moraes. Ainda assim, o episódio deixou um recado claro: no STF, a expectativa é por debates técnicos, com foco no mérito jurídico das questões — não em gestos performáticos.