Business

Especialista afirma que a China não tem dependência do agronegócio brasileiro

Embora frequentemente retratada como altamente dependente das exportações agrícolas do Brasil, a China mantém uma relação mais equilibrada e estratégica com o agronegócio brasileiro, segundo Larissa Wachholz, coordenadora do núcleo de Ásia do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Brasil é importante, mas não indispensável

Wachholz destaca que o Brasil ocupa um papel relevante como fornecedor agrícola para a China, sendo o principal exportador de soja e responsável por cerca de um quarto das importações agrícolas do país asiático. No entanto, ela ressalta que essa importância não configura uma dependência absoluta. A China continua mantendo uma robusta produção doméstica de alimentos essenciais.

Capacidade de autossuficiência em tempos de crise

Segundo a especialista, a China está preparada para suprir as necessidades alimentares básicas de sua população, especialmente em cenários de crise. A produção nacional de culturas estratégicas como arroz, milho e trigo garante um grau significativo de segurança alimentar. Isso significa que, se necessário, o país poderia reduzir sua exposição às importações e recorrer à sua própria produção para manter o abastecimento interno.

Importações priorizam variedade e valor agregado

As compras chinesas de produtos agrícolas do Brasil estão mais relacionadas à diversificação da dieta da população do que à necessidade de sobrevivência. Alimentos com maior valor agregado, como as carnes, compõem uma parte importante dessas importações. Wachholz enfatiza que o consumo de proteína animal, apesar de desejável para o bem-estar da população, não é tratado como estratégico pelas autoridades chinesas.

Conclusão

A análise de Larissa Wachholz oferece uma visão mais sofisticada da relação sino-brasileira no setor agrícola. Embora o Brasil desempenhe um papel relevante como fornecedor, a China mantém sua autonomia alimentar com base em uma forte produção interna. Suas importações do Brasil estão mais ligadas à sofisticação alimentar do que à sobrevivência, revelando que o país asiático é parceiro, mas não dependente do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *