Siderúrgicas brasileiras pressionam governo Lula por taxação mais rigorosa sobre aço chinês
O setor siderúrgico brasileiro intensificou sua pressão sobre o governo federal para ampliar as tarifas sobre o aço importado da China, alegando práticas comerciais desleais que ameaçam a competitividade da indústria nacional.
Crescimento das importações e impacto no mercado interno
Nos primeiros três meses de 2025, o Brasil importou cerca de 1 milhão de toneladas de aço da China, um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse volume representa aproximadamente 25% do mercado interno, um salto significativo em comparação aos 11% registrados historicamente.
As siderúrgicas brasileiras argumentam que o aço chinês está sendo vendido no país a preços inferiores aos custos de produção locais, devido a subsídios do governo chinês para manter empregos e impulsionar a economia. Essa prática, conhecida como dumping, prejudica a indústria nacional, que enfrenta dificuldades para competir em condições desiguais.
Medidas anteriores e propostas do setor
Em 2024, o governo brasileiro implementou cotas de importação com uma tarifa de 25% sobre o volume excedente de aço chinês, visando proteger a produção local. No entanto, líderes do setor, como Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, afirmam que essas medidas não foram eficazes e que é necessário fortalecer as defesas comerciais.
As propostas incluem a aplicação de tarifas mais abrangentes sobre todas as importações de aço chinês, independentemente de cotas, e a implementação de medidas antidumping para garantir condições equitativas de competição no mercado interno.
Desafios diplomáticos e econômicos
O governo brasileiro enfrenta o desafio de equilibrar a proteção da indústria nacional com o cumprimento das regras internacionais de comércio e a manutenção de boas relações diplomáticas com a China. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou acordos estratégicos com o país asiático, reforçando a parceria entre as duas nações.
No entanto, representantes da indústria nacional pedem uma reação concreta para conter o que chamam de desequilíbrio comercial. Eles argumentam que a defesa da indústria nacional é compatível com uma política externa ativa e que medidas de proteção são necessárias para garantir a sustentabilidade do setor siderúrgico brasileiro.
Perspectivas futuras
O governo brasileiro está avaliando as demandas do setor siderúrgico e considerando a adoção de medidas adicionais para proteger a indústria nacional. Entre as opções em análise estão o aumento das tarifas de importação, a implementação de medidas antidumping e a renegociação de acordos comerciais com a China.
Enquanto isso, o setor siderúrgico brasileiro continua a pressionar por ações mais contundentes para garantir condições equitativas de competição no mercado interno e preservar os empregos e investimentos na indústria nacional.