Gleisi é elogiada internamente, e governo não deve recuar em ‘orçamento secreto’, diz Carla
A deputada Carla Zambelli comentou os bastidores políticos envolvendo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e a atual postura do governo federal diante do chamado “orçamento secreto”. Segundo Carla, mesmo com as críticas públicas, Gleisi tem sido elogiada internamente pela forma como conduz articulações estratégicas dentro do partido, mantendo influência sobre setores importantes do Congresso Nacional.
A avaliação da deputada é que o governo não demonstrará disposição em recuar totalmente no uso de mecanismos semelhantes ao antigo orçamento secreto — prática que, embora declaradamente extinta, ainda encontra caminhos para se manter viva na dinâmica política. Isso incluiria, por exemplo, a destinação de emendas parlamentares negociadas de maneira centralizada pelo Executivo com base em apoio político.
Segundo Carla, a estrutura de liberação de recursos segue ativa, com nomes estratégicos do governo assumindo papel de coordenação para garantir a fidelidade da base aliada no Congresso. Mesmo sem o sigilo formal que marcava o modelo anterior, a distribuição de verbas continua sendo usada como ferramenta de barganha e negociação política.
Ela ainda destacou que há, por parte de integrantes do governo, uma tentativa de suavizar o discurso para o público, mas nos bastidores a prática não foi de fato eliminada — apenas reformulada. A parlamentar acredita que esse tipo de manobra, mesmo sob críticas, continuará sendo essencial para garantir governabilidade e apoio em votações decisivas no Legislativo.
A permanência da influência de Gleisi nesse cenário é vista como sinal de força política. Seu perfil combativo, aliado à capacidade de articulação, a mantém como peça-chave nas decisões do núcleo duro do governo. Para Carla, isso mostra que, apesar das divergências internas e das pressões externas, a presidente do PT continua sendo ouvida e respeitada dentro do Palácio do Planalto.
Com o orçamento de 2025 em pauta e a necessidade de costurar apoios para a aprovação de medidas econômicas sensíveis, a tendência é que as articulações em torno das emendas e repasses continuem em alta, mesmo que sob uma nova roupagem.