Politica

Wolney afirma que ministério desconhecia a dimensão da fraude no INSS antes da operação

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou nesta quinta-feira (15) que o ministério só teve conhecimento da real dimensão das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após a deflagração da Operação Sem Desconto, realizada em abril deste ano pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Durante audiência na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado Federal, o ministro destacou que até então as informações disponíveis à pasta vinham exclusivamente do próprio INSS e não refletiam a gravidade do caso.

“Ninguém conhecia anteriormente o tamanho dessas fraudes, portanto, isso só se tornou público depois da operação. Antes disso nós recebíamos as informações do INSS. Nós não recebíamos esses números, eles não estavam colocados”, afirmou Wolney.

Esquema teria movimentado cerca de R$ 6 bilhões

A operação revelou que entidades sindicais e associativas teriam cobrado indevidamente aposentados e pensionistas, somando valores que podem atingir aproximadamente R$ 6 bilhões no período entre 2019 e 2024. Wolney Queiroz, que assumiu o comando do ministério em maio após exercer a função de secretário-executivo, compareceu ao Senado para prestar esclarecimentos sobre o caso.

Governo já havia iniciado apuração, diz ministro

Questionado sobre a demora em agir frente a denúncias feitas em 2023 por Tonia Galleti, conselheira do Conselho Nacional do INSS, o ministro respondeu que o governo adotou medidas desde então e que a apuração estava em curso.

“O governo tomou as providências […] O que todos nós sabíamos era o que tinha na imprensa, alguma menção aos descontos e uma investigação por parte da CGU e que durou, essa investigação, praticamente dois anos. Se fosse uma coisa simples de ser detectada, essa ação teria sido deflagrada ainda em 2023”, justificou.

Segundo ele, o Ministério da Previdência recebia informações de que o INSS estaria apertando os critérios de controle, endurecendo normas e registrando queda nas reclamações sobre descontos indevidos.

Conclusão

As declarações de Wolney Queiroz durante a audiência reforçam que, até a deflagração da Operação Sem Desconto, o Ministério da Previdência Social não tinha acesso à totalidade dos dados sobre as fraudes no INSS. O ministro ressaltou a complexidade das investigações e defendeu que o governo já vinha atuando com base nas informações disponíveis, embora os números completos só tenham sido revelados após o avanço das apurações realizadas por PF e CGU.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *