Politica

Governo já projeta queda na popularidade após a crise envolvendo o INSS

Após a revelação de um esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões, integrantes do governo federal reconhecem, nos bastidores, que o caso pode causar danos significativos à imagem da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A avaliação se baseia em levantamentos monitorados desde a operação da Polícia Federal que expôs desvios em benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Reação negativa cresce entre os mais vulneráveis

O grupo mais afetado pela fraude — aposentados e pensionistas de baixa renda — representa uma parcela estratégica do eleitorado. Para o governo, a repercussão negativa tem sido difícil de controlar, principalmente nas redes sociais, onde a oposição ganhou força ao acusar o governo de omissão e corrupção.

Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, cerca de 98% dos beneficiários que acessaram o aplicativo do órgão nos últimos dias afirmaram não reconhecer ou autorizar os vínculos com sindicatos e associações que promoveram os descontos indevidos.

Comparações com crise do Pix acentuam desgaste

Diferente do episódio envolvendo a proposta de fiscalização do Pix — que foi rapidamente revertida após reação popular —, neste caso, o Executivo não tem conseguido oferecer soluções práticas ou respostas ágeis. A falta de clareza sobre como e quando os valores serão devolvidos aos aposentados aumenta o desgaste político.

Internamente, há o reconhecimento de que a crise já afetou a imagem do governo. Dados preliminares indicam que a recuperação tímida da popularidade registrada nos últimos meses pode ser revertida nas próximas pesquisas de opinião.

Governo já opera em clima eleitoral

Com a proximidade das eleições de 2026, o cenário é ainda mais preocupante. Aliados do presidente admitem que o governo está “nas cordas” e que será necessário acionar com urgência o “modo eleição”, buscando estratégias para recuperar a confiança desse público.

A corrida, agora, é contra o tempo: devolver os recursos, conter o impacto e reconquistar a narrativa antes que a crise se consolide como um símbolo de fragilidade na gestão petista.

Conclusão

A crise envolvendo o INSS expõe não apenas falhas na proteção de aposentados e pensionistas, mas também as dificuldades do governo em administrar a repercussão política de escândalos que atingem eleitores sensíveis. Com um cenário de disputa eleitoral cada vez mais próximo, o Planalto corre para evitar que o episódio comprometa de forma duradoura sua base de apoio e reverta os pequenos avanços obtidos recentemente na popularidade presidencial.

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