Economia

Por questões de custo, Petrobras decide diminuir a capacidade de produção do campo de Búzios, afirma diretora

A Petrobras decidiu revisar para baixo a capacidade da 12ª plataforma do tipo FPSO que será instalada no campo de Búzios, uma das principais áreas do pré-sal da Bacia de Santos. A medida faz parte de uma estratégia mais ampla de controle de custos, diante de um novo patamar nos preços do petróleo no cenário internacional.

A mudança foi confirmada pela diretora de Exploração e Produção da companhia, Sylvia Anjos, e será refletida no Plano de Negócios 2026-2030 da estatal. A previsão agora é de que a unidade tenha capacidade de 180 mil barris por dia (bpd), valor inferior às plataformas anteriores enviadas para Búzios, que comportam 225 mil bpd cada.

Novo modelo com foco em produção otimizada

Segundo Sylvia Anjos, a empresa pretende “dar uma enxugada” na nova plataforma, mantendo a produção eficiente com menor estrutura. A afirmação reforça o discurso da companhia de buscar fazer “mais com menos”, priorizando soluções tecnológicas e operacionais mais enxutas.

A estratégia também será adotada na P-78, unidade que integrará o projeto Búzios 6. Pela primeira vez, a Petrobras enviará a plataforma já tripulada diretamente para o campo, o que deve antecipar o início da operação. A embarcação está sendo construída na China e representa um novo modelo logístico adotado pela estatal, inspirado em práticas de empresas internacionais.

Campo de Búzios se aproxima da liderança em produção

O campo de Búzios é atualmente uma das maiores apostas da Petrobras para elevar sua produção de petróleo, ao lado da Margem Equatorial brasileira, cuja exploração segue sendo adiada. A área está prestes a ultrapassar o campo de Tupi, até então o maior produtor da companhia.

Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que, em março, Tupi produziu 780 mil bpd, enquanto Búzios atingiu 715 mil bpd. Considerando também o gás natural, os volumes sobem para 1 milhão de barris de óleo equivalente por dia (boed) em Tupi e 912 mil boed em Búzios.

Conclusão

A decisão da Petrobras de reduzir a capacidade da nova FPSO para o campo de Búzios reflete uma política de contenção de gastos e otimização operacional, sem abrir mão da produtividade. Com foco em inovação e práticas mais eficientes, a estatal segue apostando no pré-sal como motor de sua produção, enquanto adapta suas estratégias ao cenário econômico global. O campo de Búzios, por sua vez, caminha para se tornar o maior produtor da empresa, consolidando seu papel estratégico nos próximos anos.

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