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Justiça bloqueia R$ 50 milhões de Crivella por contratos na pandemia

A Justiça do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de até R$ 50,5 milhões em bens do ex-prefeito Marcelo Crivella, da ex-secretária municipal de Saúde Ana Beatriz Busch Araújo e do ex-subsecretário Ivo Remuszka Junior. A decisão foi tomada em caráter liminar, como parte de uma ação civil pública por improbidade administrativa envolvendo contratos firmados durante a pandemia de covid-19.

A ação investiga contratos celebrados com a empresa China Meheco Corporation para reestruturação de hospitais e compra de equipamentos médicos. Os investigadores apontam que houve direcionamento nos processos de licitação e dispensa para favorecer a empresa, o que teria causado um prejuízo estimado em R$ 68 milhões aos cofres públicos. Entre os problemas estão compras acima da demanda real, variações cambiais desfavoráveis e sobrepreço em itens adquiridos de forma emergencial.

Além dos ex-gestores, a decisão também determinou o bloqueio de bens de empresários e empresas supostamente envolvidos no esquema. A empresa Z FU, de Bruno Cavalcanti, teria recebido R$ 36,9 milhões em comissões pagas pela fornecedora chinesa antes mesmo da formalização dos contratos — uma prática que, segundo os investigadores, seria usada para disfarçar o pagamento de propina em troca de favorecimento nos contratos públicos.

O Ministério Público pede ainda a condenação dos envolvidos com base nas leis de improbidade e anticorrupção, além do ressarcimento integral dos danos causados ao erário e a devolução dos valores obtidos de maneira ilícita.

A defesa de Crivella afirma que o município recebeu dezenas de equipamentos médicos em plena pandemia, comprados a preços inferiores aos praticados no auge da crise sanitária. Disse ainda que aguarda notificação para apresentar recurso.

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