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“Operação da PF foi um choque”, afirma ex-presidente do INSS

Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), completa nesta segunda-feira (12) 20 dias afastado do cargo por decisão judicial. O afastamento ocorreu após ele ser alvo de uma operação da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão em seu apartamento, em Brasília, e em sua sala na sede da autarquia.

Em entrevista exclusiva, Stefanutto afirmou ter sido surpreendido pela ação. “Foi uma surpresa — e um susto também. Nunca estive envolvido em qualquer operação policial ao longo da minha carreira como servidor público”, declarou.

Acusações de omissão e resposta à investigação

A Polícia Federal apura a omissão de Stefanutto diante de descontos considerados ilegais aplicados a aposentados, realizados por meio de associações. Segundo os investigadores, a arrecadação dessas entidades chega a R$ 6,3 bilhões.

Stefanutto, no entanto, nega ter compactuado com irregularidades e afirma que tomou medidas para combater práticas indevidas. Ele destacou que, durante sua gestão, nenhuma nova entidade foi conveniada nem houve assinatura de novos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs). “Os acordos existentes já haviam sido firmados em gestões anteriores”, disse.

Medidas implementadas e contexto da gestão

O ex-presidente também explicou que sua administração promoveu mudanças significativas no controle dos descontos, incluindo a exigência de biometria para o cadastro de associados. Ele ressaltou que mecanismos de verificação, como o passo a passo para consultar e cancelar descontos ativos, foram desenvolvidos sob sua liderança.

Stefanutto argumenta que reformas estruturais em uma instituição como o INSS demandam tempo e que suas ações foram orientadas pelo respeito à legalidade. “Buscamos sempre atuar de forma planejada, respeitando a legalidade e a ordem jurídica”, afirmou.

Reconhecimento do momento e confiança na investigação

Mesmo afastado, Stefanutto afirmou compreender a substituição no comando do INSS e defendeu o avanço das investigações. “Tenho plena consciência da minha inocência. Entendo a importância de que as apurações prossigam para identificar os verdadeiros responsáveis”, declarou.

Conclusão

O caso envolvendo Alessandro Stefanutto revela os desafios enfrentados por gestores públicos diante de denúncias envolvendo estruturas já existentes. Enquanto a investigação da Polícia Federal segue em andamento, o ex-presidente do INSS reforça sua confiança no processo legal e reitera que atuou para aprimorar os mecanismos de segurança em defesa dos segurados da Previdência Social.

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